ZONA FRANCA EMBRULHADA PARA “PRESENTE”

O Governo precisa desesperadamente aprovar a PEC da DRU antes de 31 de dezembro. Para quem não sabe do que se trata, DRU é a Desvinculação das Receitas da União, mecanismo pelo qual o Governo pode usar até 20% das receitas vinculadas para gerar o superávit primário e pagar juros da dívida interna aos bancos. E só para que se tenha uma idéia do tamanho da encrenca no fim do Governo Itamar o Brasil devia 100 bilhões. No fim dos dois Governos de FHC, 600 bilhões. No fim da era Lula, 1 trilhão e 800 bilhões. E hoje já deve 2 trilhões. É para pagar os juros dessa dívida, um saco sem fundo, que tem ido os recursos da SUFRAMA.

Pois bem, nesse contexto o Governo tem pressionado o Congresso para votar a PEC da DRU, mas como a maioria que tem é preponderantemente fisiológica, ou seja, é do toma lá, dá cá, estão sendo feitos os acordos mais amplos possíveis.

Na última semana foi acertado que mediante a liberação de emendas em valor de R$ 4.000.000,00 por parlamentar e mais a votação de determinadas matérias a “base aliada” aprovará a PEC da DRU. Marcaram para 9 de novembro a provável votação.

Nesse pacote a bancada da Música exigiu que votassem a PEC 098/2007 que considera imunes os DVDs e CDs de artistas nacionais. E o Governo fechou esse acordo. Essa PEC significa o fim do pólo de DVDs e CDs na Zona Franca de Manaus.

A PEC da Música tem um apelo muito forte, embora seja um equívoco, mas a seu favor estão os principais cantores brasileiros desde Roberto Carlos, passando por Ivete Sangalo, todas as duplas sertanejas e chegando até os cantores gospels. Do nosso lado, não temos ninguém. Nem mesmo o suplente de Senador Lirio Parisoto, que aqui ninguém sabe nem quem é, mas é o suplente do ex-Governador , uma versão do Gilberto Miranda do terceiro milênio, dono da VIDEOLAR, o maior fabricante de CDs e DVDs, mas que não mete a cara para defender os nossos interesses e dele também. Lamentavelmente.

Estou fazendo este registro agora até para alertar o que significará para nós a perda dos empregos correspondentes a esse segmento industrial. Durante quatro anos o deputado Marcelo Serafim sustentou este debate e ainda hoje o material disponível para a nossa defesa é o produzido pela liderança do PSB e que publico no post abaixo.

Logo vamos ter a oportunidade de conhecer melhor esses acordos que foram feitos com a nossa cabeça na bandeja, que nem a de João Batista.

É só esperar.