A 4ª revolução industrial é marcada pela convergência de tecnologias digitais, físicas e biológicas. Seus teóricos acreditam que a revolução mudará o mundo como o conhecemos. “Estamos a bordo de uma revolução tecnológica que transformará fundamentalmente a forma como vivemos, trabalhamos e nos relacionamos. Em sua escala, alcance e complexidade, a transformação será diferente de qualquer coisa que o ser humano tenha experimentado antes”, diz Klaus Schwab, autor do livro A Quarta Revolução Industrial, publicado em 2017 durante o Fórum Econômico Mundial de Davos, Suíça. A razão do impacto reside em que os “novos poderes” da transformação virão da engenharia genética e das neurotecnologias, duas áreas que parecem misteriosas e distantes para o cidadão comum, afirma Schwab.
As repercussões dessa nova onda tecnológica impactarão em como somos e como nos relacionamos até nos lugares mais distantes do planeta: serão afetados o mercado de trabalho, o futuro do trabalho e a desigualdade de renda e à segurança geopolítica. Nesse sentido, representa uma mudança de paradigma e não mais uma etapa do desenvolvimento tecnológico. “A quarta revolução industrial não é definida por um conjunto de tecnologias emergentes em si mesmas, mas a transição em direção a novos sistemas que foram construídos sobre a infraestrutura da revolução digital (anterior)”, diz Schwab, diretor executivo do Fórum Econômico Mundial e um dos principais entusiastas da “revolução”.
Para Klaus Schwab, a nova onda traz consigo uma tendência à automatização total das fábricas – seu nome vem, na verdade, de um projeto de estratégia de alta tecnologia do governo da Alemanha, trabalhado desde 2013 para levar sua produção a uma total independência da obra humana.A automatização acontece através de sistemas ciberfísicos, que foram possíveis graças à internet das coisas e à computação na nuvem. Os sistemas ciberfísicos, que combinam máquinas com processos digitais, são capazes de tomar decisões descentralizadas e de cooperar – entre eles e com humanos – mediante a internet das coisas.
De acordo com o engenheiro Armando Cordeiro, professor aposentado da UFAM, “o mais impressionante dessa nova revolução é, no meu entender, a computação neuromórfica, inspirado no cérebro humano, mais poderosa que a computação quântica (aquela que é capaz de resolver em poucos segundo problemas que a computação atual levaria milhões de anos para solucionar)”. Esses computadores, acrescenta, ”estão sendo pesquisados na Universidade de Aalto na Finlândia e são feitos com memoristores, componentes eletrônicos capazes de reter memória e, portanto, guardar mais do que meros zero’s e um’s (0’s e 1’s). A chave é alcançar a extrema eficiência energética de um cérebro biológico e imitar a maneira como as redes neurais processam informações através de impulsos elétricos. Será possível então simular universos alternativos para melhor compreensão da origem e evolução do nosso Universo, ou seja, o que houve antes do Big Bang”.
O governador Amazonino Mendes anunciou, durante visita a evento sobre Inteligência Artificial promovido pelo Samsung Ocean Manaus, na Escola de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas (EST/UEA), na tarde de quinta-feira (22/3), que vai criar uma secretaria especial voltada para pensar o futuro do Estado do Amazonas. Uma iniciativa das mais louváveis e oportunas. Apenas o chefe do Executivo amazonense precisa estar ciente das responsabilidades que tal iniciativa acarreta em relação às exigibilidades intrínsecas sobre investimentos em instalações físicas adequadas, laboratórios de alta eficiência, supercomputadores e robótica, além de professores capacitados de acordo com padrões tecnológicos internacionais. Única no mundo até agora, a Escola para o Futuro da Inovação na Sociedade, da Universidade Estatal do Arizona (ASU) talvez possa se tornar paradigma ao projeto que Amazonino Mendes pretende desenvolver nesse íngreme e complexo campo.