Do Portal do TJAM por Mario Adolfo Aryce:
Novo desembargador assume garantindo que vai trabalhar para “distribuir Justiça”
O novo desembargador da Corte de Justiça do Amazonas, Wellington José de Araújo, assumiu hoje, 14/12, prometendo estar à altura de seus colegas desembargadores, “fazendo e distribuindo Justiça”. O desembargador tomou posse em sessão solene do Pleno, realizada no 10º andar do edifício Arnoldo Carpinteiro Péres, sede do TJAM. Aberta pelo desembargador-presidente João Simões, a cerimônia teve início às 09hs com a galeria lotada por parentes e amigos de Wellington.
Ao falar com os jornalistas, momentos antes da cerimônia, o presidente do Tribunal, João Simões lembrou que a Corte estava com 18 desembargadores, quando seu número real é de 19. E com a chegada do Dr. Wellington a Corte está completa. “Esperamos com isso dar mais agilidade aos julgamentos. Tenho certeza que todos da Corte estão imbuídos nesse compromisso de melhorar cada vez mais a prestação jurisdicional. Além da qualidade do julgamento também queremos melhorar em termos de qualidade”, disse o desembargador.
Os desembargadores Wilson Barroso e Sabino Marques foram convidados pelo presidente para conduzirem o novo desembargador ao Plenário, onde o secretário-geral do TJAM, Dr. Juscelino Kubitscheck leu os termos de posse e colheu a assinatura do presidente e do empossado.
Em seguida o presidente declarou empossado o Dr. Wellington José de Araújo no cargo de desembargador.
Troca de Beca
Em seguida a senhora Maria Moramay Teixeira da Cunha de Araújo, esposa do desembargador empossado, para a cerimônia da troca de beca. Logo em seguida Wellington recebeu a ordem do Mérito Judiciário, que foi colocada pelo presidente Simões. A medalha foi levada ao centro por policiais da Polícia Militar tendo como fundo musical “Conquest of Paradise”.
Escolhida para homenagear o novo membro da Corte de Justiça, a desembargadora Carla Reis disse que toda vez que participa de uma solenidade de posse de um desembargador sente uma forte emoção, porque, como cidadã, vê nas figuras que integram o Poder Judiciário, ou passam a integrá-lo, a responsabilidade daqueles que irão tratar dos bens mais fundamentais de cada pessoa: a honra, a vida, a dignidade, o respeito, além de grande responsabilidade na promoção da paz social.
— Para alguns, a chegada à Corte significa a soma de grande esforço e perseverança. Para outros, a concretização de um sonho acalentado durante os anos de vida. Seja por um ou outro motivo, o certo é que a ascensão representa sempre, no nosso modesto entendimento, o coroamento de uma trajetória profissional – disse a magistrada.
Carla Reis disse ainda que a Justiça brasileira vive hoje um período particular. Segundo ela, no momento em que as críticas são muitas e que a opinião pública cresce e torna-se cada vez mais exigente, portanto, o que se espera é que o novo desembargador seja um exemplo. Um exemplo porque as funções que irá exercer são também funções de pedagogia – vão ensinar “como agir”.
— Cabe a nós magistrados, essa tarefa, através das ações prontas e decisivas, que nos competem a cada dia, em nossa prestação jurisdicional, cultivando inarredável respeito à lei, à ética, à moral, ao direito e à Justiça. Busquemos incessantemente cumprir nossa missão constitucional, retribuindo, dessa forma , a confiança da sociedade – advertiu Carla reis.
O que disse Wellington
No início de seu discurso, Wellington recordou que no dia 18 de junho de 1980, portanto, há mais de 30 anos, tomava posse no cargo de Juiz Substituto da Capital perante o pequeno colegiado do Tribunal sob a presidência do saudoso desembargador Joaquim Paulino Gomes. “Éramos 11 juízes, 10 mulheres e eu, o único varão. Talvez por isso fui escolhido para ser o orador da turma”. O novo desembargador disse que alcança o ápice da carreira pelo critério de antiguidade, mas que poderia ter continuado como Juiz Substituto – cargo isolado -, mas aceitou o conselho do desembargador Paulino Gomes e assumiu o cargo de juiz de direito em 7 de abril de 1982, cargo para o qual também havia sido aprovado em novo concurso público.
— Iniciei em Urucará. Tempos difíceis! Até telefone era raridade, apenas um na cidade. Internet, computador nem pensar. Eram apenas máquinas velhas. O juiz tinha somente Deus e os livros. Aprendi ali, no dia-a-dia que não havia curso preparatório para magistrados – recordou.
De Urucará Wellington foi removido para a comarca de Parintins, onde ficou até 17 de abril de 1991, promovido também por antiguidade para Manaus, onde assumiu a 6ª Vara Criminal, Tribunal do Júri, 3ª Criminal, 2ª Vara da Fazenda Pública, 8ª Vara Cível e Acidentes de Trabalho e, finalmente, 18ª Vara Cível e Acidentes de Trabalho.
O novo desembargador citou que há poucos dias recebeu uma carta. Nessa carta havia recortes de jornais acerca do dia da sua escolha como desembargador e as parabenizações com os dizeres de Mateus, capítulo 12, versículo 33: “Pelo fruto se conhece a árvore”.
— A missão de julgar é espinhosa. Através de decisões judiciais muitas vezes enxugamos lágrimas incontidas e aplacamos emocionais. Trasmudamos alegrias em tristezas e vice-versa. Há ocasiões entretanto que temos que enxugar nossas próprias lágrimas, que, se nos chegam aos olhos, marejam nossos corações e gotejam a nossa alma.
Quem é
O novo desembargador Wellington José de Araújo estudou no Instituto de Educação do Amazonas e no colégio Domingos Sávio. É formado em Letras pela Universidade Federal do Amazonas onde concluiu o curso em 1972. Em 1978 formou-se em Direito, também pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Foi professor de inglês, e em 1980 ingressou na magistratura como Juiz Substituto da Capital. No ano de 1982 assumiu o cargo de Juiz de Direito, prestando jurisdição nas Comarcas de Urucará e Parintins.
Em abril de 1991 foi promovido para a Capital onde trabalhou na 3º e 6º Vara Criminal, Fazenda Pública Estadual e na 18º Vara Cível. Foi também juiz Eleitoral. Por 10 votos a 3, o juiz Wellington José de Araújo, foi eleito no dia 30/11 o novo desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) pelo critério de “antiguidade”. O magistrado assume a vaga aberta com a aposentadoria compulsória da desembargadora Marinildes Costeira de Mendonça Lima.