Por Marcelo Ramos:
Na ALE sou da bancada de oposição, mas reconheço avanços importantes na gestão do governador Omar Aziz no campo institucional. É mérito do atual governo uma relação mais republicana com a Assembleia Legislativa e democrática com a sociedade civil.
Diferente do governo anterior, não se ouve falar de atitudes autoritárias e perseguidoras do governador contra os seus opositores. Pelo contrário, o diálogo tem sido instrumento permanente e responsável por alguns avanços.
Todo esse histórico de conduta democrática e republicana vem sendo manchada pelo autoritarismo que tomou conta do Comando da Polícia Militar que, a serviço da politicagem, persegue praças e desrespeita princípios constitucionais.
São promoções graciosas, nomeações de oficiais envolvidos em crimes nos postos de comando e até a proposta de concessão da Medalha Tiradentes (maior honraria da PM) para o hoje presidiário Adail Pinheiro.
Um novo episódio enlameia a história da briosa Polícia Militar do Estado do Amazonas. Para atender caprichos politiqueiros, o subcomandante da PM em conjunto com o Comandante do Policiamento do Interior, contando com a omissão e falta de autoridade do Comandante Geral, manteve em cárcere privado, trancados numa sala por mais 10 horas, e depois transferiu para o interior 12 soldados diretores da APEAM.
São 12 soldados que serão afastados das suas esposas, filhos e filhas, terão que trancar seus cursos universitários, como punição pelo seu legítimo e constitucional direito de se organizarem em associação.
E assim, a PM segue perseguindo os bons e premiando os maus, criando assim um clima de indignação na corporação e fazendo da bajulação e do compadrio substitutos dos critérios de disciplina e bravura que deveriam orientar a valorização da carreira militar.
Espero a intervenção do Governador nesse vergonhoso episódio envolvendo os soldados da PM. Sua omissão manchará todo o esforço de construir a história de um líder tolerante, republicano e que respeita os princípios democráticos.