Usuários reclamam que internet banda larga no Amazonas é só propaganda

Por Beatriz Gomes do portal@d24am.com

Nem mesmo a chegada da nova fibra ótica mudou a opinião dos usuários. Empresas de banda larga e telefonia devem melhorar o atendimento, dizem os consumidores.

Acesso à internet de qualidade esbarra na infraestrutura de fibra ótica e velocidade do serviço disponibilizadas na cidade. Foto: Arlesson Sicsú

Manaus – Mesmo após os anúncios da chegada da rede de fibra ótica da operadora Oi e do aumento na velocidade da internet banda larga da Net, consumidores continuam insatisfeitos com os serviços das operadoras de internet banda larga em Manaus.

A representante comercial Socorro Ferreira, 47 anos, moradora do bairro Santo Antônio, zona oeste de Manaus tentou mudar de operadora, pois não pode ficar sem internet por causa do trabalho, mas a Oi é a única que atende ao bairro.

Ao contratar o plano Oi Conta Total, que inclui telefonia celular, fixa e internet, Socorro pensou que pagaria R$ 189 mensais pelo serviço, mas foi surpreendida com duas faturas no valor total de R$ 253. A operadora alegou que a contratação do telefone fixo era à parte.

O estudante universitário de ciências da computação Adam Willes Souza, 24 anos, tentou contratar os serviços da Oi para a residência, mas não teve sucesso. “A impressão que tenho é a de que fui ignorado”, desabafou.

Souza foi informado que para contratar os serviços da operadora é preciso ter uma linha telefônica da mesma, e somente após a instalação do serviço é feita a ligação para a internet.

Desde que contratou a Net, Vanessa Marruche, 26 anos, professora de inglês, reclama da velocidade de conexão da operadora.

Na semana que a Oi anunciou a chegada da fibra ótica em Manaus, a Net aumentou a velocidade máxima de conexão fornecida de 1 megabites por segundo (Mbps) para cinco Mbps. Mas, na casa de Vanessa a velocidade continua praticamente a mesma. “Essa velocidade também só acontece raramente”, disse.

Para conseguir se conectar a rede mundial de computadores em Tabatinga (a 1.108 quilômetros a oeste de Manaus), Hilton Souza, 33 anos, precisou contratar uma empresa de internet via satélite. Dono de um cyber café, Hilton paga R$ 1,4 mil por uma velocidade de 128 Kbps.

A assessoria de comunicação da Net informou que a empresa trabalha para dimensionar a rede para oferecer ao usuário a melhor experiência em internet, de acordo com a velocidade contratada. “Porém, a internet é um recurso compartilhado, sujeito a variáveis e interferências que fogem ao controle das empresas que fornecem a conexão”, justifica.

Com relação ao caso da professora Vanessa Marruche, a Net entrou em contato com a cliente e agendou visita técnica para checar as ocorrências.

A OI informou que a instalação do serviço depende de uma análise da linha telefônica do cliente, da capacidade da central telefônica e da infraestrutura no endereço em que o serviço será habilitado.

A empresa informou que através da Globenet, sua subsidiária e fornecedora internacional de um sistema de cabos de fibra ótica submarinos, acaba de concluir a ampliação da capacidade em sua rede, de 360 gigabites por segundo (Gbps) para a 560Gbps.

Lideranças empresariais fazem críticas à qualidade do acesso local

As lideranças empresariais locais criticam a qualidade dos serviços prestados no Amazonas.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL-Manaus), Ezra Azury Benzion, conta que há mais ou menos um ano os lojistas foram convidados para uma audiência pública que tratava dos serviços de internet na capital. Na época, segundo ele, os empresários ficaram animados com a perspectiva da chegada do cabo de fibra ótica da Oi.

“Mas, há pouco tempo, vários deles mostraram insatisfação com os serviços de atendimento da empresa. A maioria das reclamações diz respeito à ligação da internet com a linha telefônica que não é realizada no tempo prometido”, afirmou Benzion.

Para o presidente da Associação Comercial do Amazonas (ACA), Gaitano Antonaccio, as empresas devem investir na qualidade para atender à demanda das empresas, que dependem do serviço para ampliar os negócios. “O marketing foi muito bom, agora só falta o serviço de verdade”, resume o presidente da ACA.

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