O Tribunal de Justiça do Amazonas recebe festivamente no próximo dia 3 seus novos dirigentes, eleitos para o biênio 2020/2022. Como presidente, pela segunda vez, assume o cargo o desembargador Domingos Jorge Chalub Pereira. Oriundo do quinto constitucional, ingressou na magistratura em 9 de dezembro de 2004, na vaga destinada à Ordem dos Advogados do Brasil. Veio, portanto, de uma categoria de profissionais que, ao longo da história, granjeou prestígio perante a sociedade, porque não raro, a Ordem sempre se posicionou sem medo na vanguarda das reivindicações populares, contra o autoritarismo, defendendo a justiça social, a democracia e a liberdade.
Ontem, advogado combativo e atuante, hoje chega ao mais alto cargo da carreira como corolário de uma vida inteira dedicada ao direito e à justiça. Mas chega também sabendo das dificuldades do Judiciário, da carência de uma Justiça mais ágil, das críticas e agressões que hoje enfrenta país afora e, no entanto ainda é a última cidadela da cidadania, o refúgio legítimo na busca das garantias e na defesa dos seus direitos.
Interpretar a lei e decidir sobre um conflito é sempre um momento de liberdade. É quando o Judiciário se reafirma como poder independente ao afastar-se dos demais poderes, instituição ou outros interesses. Aliomar Baleeiro já lembrava que “um país deve ser avaliado não pela Constituição que tem, mas pelo modo como a põe em prática. Quando os juízes atuam com independência cumprem seu dever”. Pois é isso que tem feito o desembargador Domingos Chalub como magistrado, sempre julgando com independência e total isenção. Sem qualquer favor e abstraindo a suspeição de uma velha amizade, pode-se dizer que sua trajetória pública, antes na advocacia, e agora na magistratura, é orgulho e exemplo para as novas gerações.
Conheço Chalub há mais de 40 anos, quando ainda muito jovem começava a vida como advogado e o via quase diariamente galgando os primeiros degraus do vetusto Palácio da Justiça, até ingressar tempos depois na magistratura. Uma de suas qualidades, a par da inteligência fulgurante, é a simplicidade, o trato fraterno, fiel e sincero para todos, herança haurida dos seus genitores, Delfim e Vitória Chalub Pereira que certamente formaram seu ideal no exemplo de vida.
À maneira de Mário Quintana diria que o destino de suas viagens desde cedo, “era sempre o horizonte”. E foi uma caminhada rica em experiência e marcada de êxitos. Mas também de pedras e espinhos. Porque apesar de tudo, ao longo desses anos, como todos nós, conheceu a maldade humana de diversas formas, principalmente a ingratidão de quantos ajudou. Mesmo assim, indiferente a esses sentimentos menores do ser humano, continuou o mesmo de sempre sem mágoas no coração. E hoje, continua a pessoa que todos conhecemos e admiramos: simples, humilde, colega que nos engrandece e que deixou saudades na advocacia.
Cecília Meireles dizia que “há pessoas que nos falam e nem escutamos; há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam. Mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossa vida e que marcam para sempre”. O desembargador Chalub se inclui entre estas últimas. Amigo legal e verdadeiro.
Parabéns!