Hoje inauguro uma série de artigos com reflexões sobre a formação política, econômica e social do Amazonas.
Para abordar questões relacionadas a educação, saúde, segurança, infraestrutura, energia, telecomunicações, ZFM, inicio por contextualizar nossa formação histórico-política da segunda metade do século passado até os dias de hoje.
O marco da chegada ao Poder do grupo político que governa o Amazonas é o dia 25.03.1955 com a eleição de Plínio Ramos Coelho que, em 1956, indicaria o jovem Gilberto Mestrinho, então com 28 anos, prefeito de Manaus e depois seu sucessor no Governo do Estado em 1958.
São 58 anos de 1955 pra cá, dos quais 18 estivemos sob a ditadura militar (1964 a 1982) e 40 anos sob regime democrático. Aqui registro um anacronismo que talvez explique muito da formação das nossas instituições.
Nos 18 anos de ditadura tivemos 5 governadores (Arthur Reis – 64/67; Danilo Areosa – 67/71; João Walter – 71/75, Enoque Reis – 75/79 e José Lindoso – 79/82). Por absurdo que pareça, nos 40 de democracia também apenas 5 homens governaram o Amazonas (Plínio Coelho -55/59 e 63/64; Gilberto Mestrino – 59/63, 83/87 e 91/95; Amazonino Mendes – 87/90, 95/99 e 99/03, Eduardo Braga – 03/07 e 07/10 e Omar Aziz – 2010/2011 e 2011 até hoje).
Ou seja, sob a lógica da alternância de Poder como elemento essencial da consolidação das instituições democráticas ainda temos muito a avançar.
Essa constatação de que apenas um grupo político governa o Amazonas desde 1955 poderia expressar o sucesso da política econômica e social das suas gestões. Não é o caso.
Analisando apenas os últimos anos, veremos que o Amazonas de 2005 a 2013 teve um crescimento de quase 300% na arrecadação de impostos. Acontece que, nesse mesmo período, o Estado passou a ser o 4o. com maior número de miseráveis, chegou a figurar como penúltimo no ENEM, tem o 2o. pior SUS do país e foi recordista nacional em homicídios.
Ou seja. O Estado ficou rico, mas o povo ficou pobre e os serviços públicos precarizaram.
Chegou a hora de construir o novo Amazonas!