Em 1988, João Capiberibe, a quem nós chamamos carinhosamente de Capi, foi eleito prefeito de Macapá. Fez algo novo e revolucionário à época que foi divulgar as receitas e as despesas da Prefeitura. Quanto entrou, quais as fontes, quanto saiu, a quem pagou e quanto sobrou. Como sofria um bloqueio na imprensa, inovou mais ainda: publicava no Diário Oficial e também em um outdoor que ficava em frente da Prefeitura.
Quando ele saiu da Prefeitura, quem o sucedeu acabou com a prática. Capi seguiu em frente, e em 94 e 98 foi eleito e reeleito governador do Amapá. Em 2002 foi eleito senador, mas as forças políticas do Amapá, que nunca perdoaram a sua ousadia, tramaram a perda de seu mandato numa fantasiosa acusação de que havia comprado dois votos por R$ 13,00 cada um, numa eleição em que a diferença imposta ao seu adversário foi de milhares de votos. Foi nesse mandato que lhe tiraram que ele apresentou e aprovou a Lei Complementar 131/2009, a chamada Lei da Transparência.
Por essa lei todos os órgãos públicos têm que criar sites na internet permitindo o acesso a TODOS os cidadãos de todos os dados da administração pública. Houve a resistência inicial, mas progressivamente, principalmente pela ação da CGU e MPF, os entes vêm evoluindo.
Em 2010, Capi voltou ao Senado onde prossegue nessa luta pela transparência, a melhor e mais eficaz maneira de permitir o controle das finanças públicas pelas instituições, pela sociedade organizada e pelo povo em geral. E com isso evitar a corrupção.
Faço aqui as minhas justas homenagens ao esforço do Senador Capi.