Moradores das proximidades da Santa Casa de Misericórdia, localizada na rua 10 de Julho, no Centro, Zona Sul, denunciam que a instituição de saúde, desativada há 11 anos, está sendo alvo de saques e depredações novamente. A informação, confirmada pelo A CRÍTICA, é que os vândalos estão roubando as telhas do prédio e levando também demais estruturas do local.
O empresário Paulo Costa, 27, mora em um prédio ao lado da Santa Casa de Misericórdia e relata que a situação ocorre há pelo menos duas semanas, sendo que, na madrugada de quinta-feira, houve muito barulho de telhas caindo. “A gente nota que é no telhado porque eles batem forte e, quando as coisas caem no chão, fazem barulho de telha quebrando”, ressaltou.
Ele ainda destacou que, além das telhas de barro, materiais de madeira também são levados pelos vândalos. “Tem dia que a gente vê o pessoal carregando pernamanca nas costas pelas ruas aqui do entorno. No caso das telhas, acredito que eles estão derrubando o telhado para tirar a madeira também, porque uma perna-manca é, no mínimo, R$ 30 a R$ 40”, destacou.
O servidor público João Emanuel Silva, 42, afirmou que parte das instalações da Santa Casa de Misericórdia está abrigando criminosos e incomodando moradores das proximidades. Além disso, a segurança do local ainda é um problema, pois na parte de trás do prédio muitas janelas estão quebradas, o que facilita a entrada de usuários de drogas durante a noite.
Abandono
O superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Amazonas, Almir de Oliveira, informou que o órgão acompanha a situação do prédio desde 2013, quando elaborou um registro fotográfico da situação de conservação do mesmo. Ele esclareceu que o prédio da Santa Casa se encontra no perímetro tombado do Centro Histórico pelo Iphan desde 2010.
Ademais, conforme ele, existe um Inquérito Civil Público (ICP) instaurado no âmbito do Ministério Público Federal (MPF) em 2013, visando apurar o possível abandono e deteriorização do prédio. “A respeito do ocorrido ontem, realizamos uma fiscalização juntamente com a Polícia Federal e estamos providenciando as ações cabíveis ao caso”, enfatizou.
Comentário meu: Fico muito triste com tudo isso. A história da nossa família começa em 1925 quando o então Comendador J. G. Araújo, maior empresário da borracha e principal patrocinador da Santa Casa de Misericórdia foi à Lourosa, em Portugal contratar operários especializados em gesso, pó de pedra e estuque para virem à Manaus fazer alguns trabalhos. O principal era a fachada da Santa Casa em pó de pedra. Contratou meu avô Serafim e meu tio Avô Joaquim, que em 1927 mandaram buscar meu pai Joaquim. A nossa história nasce aí e ver tudo isso ser destruído dói na alma e no coração.