Hoje, nove de janeiro, há 38 anos atrás, chegava a este mundo para nossa alegria, principalmente minha e da Lydia da Eira Corrêa, o nosso querido filho Marcelo Serafim.
A Lydia ficou grávida do Marcelo em 1976 quando eu estava empenhado em passar no concurso para Fiscal de Tributos Federais em que concorriam 40.000 candidatos de todo o Brasil para 400 vagas. O concurso aconteceu num final de semana. O primeiro dia, 16 de julho, um sábado, dia de N. S. do Carmo, a padroeira de Parintins, e o segundo, o domingo 17 de julho. As provas eram difíceis, mas fui bem e obviamente ficou a dúvida: será que deu? Confesso que em alguns momentos, tremi. Dias antes conversei com a Tia Áurea, esposa do Desembargador Paulino Gomes, minha conselheira e confidente, e ela, parintinense dos sete costados, como dizíamos, disse: “Meu filho, fique tranquilo, N. S. do Carmo vai te proteger.” Creio que foi a intercessão dela, da N. S. do Carmo, que me devolveu a tranquilidade em momentos de tensão do concurso que permitiram vencer. Recebi o estímulo de amigos queridos como o João Bosco Ramos de Lima, o José Maria Pinto e o Benedito Azedo.
A Lydia, solidária como sempre foi a vida inteira, ao lado dos seus pais – Armindo e Izabel- e dos meus -Joaquim e Safira – estudou junto, como o Alivan Barroncas Rogério e o Celso Melo, e torceu muito pelo nosso êxito que era o de todos nós. O resultado demorou a sair, o que só aconteceu em outubro de 1976.
Alegria imensa. Passei.
E passei ao lado de mais nove colegas de Manaus, ou seja, ficamos com 10 vagas, do Brasil, 2,5% do total, números nunca mais alcançados. Lembro-me que a Sylvia Diniz era o nosso orgulho: foi a 5ª colocada em todo o Brasil. Eu fui o 296º, dentro das 400 vagas. Antes de mim, de Manaus, o Ednaldo, a Delma, a Milza Gomes, todos colegas e queridos amigos. Era uma vitória profissional e pessoal, pois ocorria a inserção em uma carreira de Estado e a nível nacional e o salário mensal equivalia ao preço de um FUSCA, o carro popular da época.
Em 09 de janeiro de 1977, na Beneficente Portuguesa, pelas mãos abençoadas do Dr. Wallace e da parteira Dona Azilda, esposa do Belarmino Barbeiro, comunista tradicional da cidade, e mãe da Miriam Malina, o Marcelo Serafim chegou à este mundo as cinco horas de uma manhã de domingo.
Alegria de toda a família, mas principalmente dos avós Armindo e Joaquim, orgulhosos do neto.
No segundo semestre de 1977 fui à Brasília fazer a segunda etapa do concurso na ESAF, o curso de formação e aí caiu a ficha: se perdêssemos uma única matéria teríamos perdido tudo. Foi um tempo de permanente tensão e estudo ao lado de colegas, amigos e ao final do curso, irmãos, como, por exemplo, José Carlos Passuelo e Evandro Pedro Pinto. Ao final, em 5 de dezembro de 1977, depois de momentos difíceis e de muito estudo e viradas, passamos todos. E nesse dia partiu o avô da Lydia da Eira Corrêa, em Portugal, e bisavô do Marcelo, o seo Augusto.
Em Brasília, conheci uma colega que era uma irmã mais velha, a Letícia Firpe Pena. Era mineira e poeta. Fazia poesias conosco. Quando soube que o Marcelo fazia o seu primeiro aniversário no dia 9 de janeiro de 1978 fez o versinho da lembrancinha, tradição da época:
“O dia mais importante,
deste novo calendário,
é o nove de janeiro,
o meu primeiro aniversário”
As fotos abaixo são do Marcelo com os irmãos, a nossa princesa Daniela e o nosso príncipe Rafael.
O Marcelo é um filho querido e amado, meu e da Lydia da Eira Corrêa e querido de todos nós.
Sempre foi um aluno dedicado e determinado. Farmacêutico e bioquímico ele nos deu muitas alegrias. Casou com a Nely Corrêa, também dedicada farmacêutica e bioquímica, e os dois juntos nos deram esta bênção de Deus que é o nosso Lucas. Estudioso, tem um laurel que poucos possuem, passou em três concursos públicos para a sua profissão, um federal, um estadual e outro municipal.
E coroou tudo isso com o mestrado na área, defendido na FIOCRUZ e aprovado com louvor. As fotos abaixo registram esse momento.
Marcelo, filho lindo e querido, eu e a Lydia da Eira Corrêa te amamos.
Beijos.