Por Marcelo Ramos:
Sai para 15 dias de férias com a família, mas, pelas responsabilidades públicas que tenho, não pude ignorar o desespero de dois moradores da Redenção que desabafaram em uma rede social:
“Orando para que a Redenção se torne um lugar de salvação. As crianças, inclusive meu filho XXXX, estavam brincando na escada aqui de casa, minha esposa estava com o XXXX (que tem 2 meses de vida) sentada em frente de casa, quando desce um cara armado e começa a atirar para todos os lados. Isso depois de já haverem matado um no campo que fica a 30 metros de nossa casa. (…) Cansado de ver crianças e adultos que não podem sair de casa correndo risco de levar tiro de bala perdida. Drogas são vendidas, consumidas e brigas por território são constantes…”
“Colocar um posto policial no CDC da Redenção, seria um confronto direto com tudo que é errado no Bairro: narcotráfico, ladrões, prostituição infantil… Algo muito claro que qualquer morador do bairro sabe responder…”
Os depoimentos desnudam a ineficiência da política de Segurança Pública no Amazonas que, a despeito do investimento de mais de 1 bilhão (o maior da história) e da criação do Ronda no Bairro, não conseguiu entender o obvio. Que sem combater o crime organizado e o tráfico de drogas não há solução que garanta tranquilidade para o cidadão de bem.
Enquanto o crime organizado tiver laços com o poder estatal e o tráfico circular livremente por praças, campos de futebol comunitários e festas da periferia e das elites, não estaremos seguros.
A falência da política de segurança do Governo está nos depoimentos que dão endereço ao tráfico na Redenção – no Amazonas todo mundo na comunidade, menos a Secretaria de Segurança, sabe onde fica a boca e onde mora o traficante – e está também no descaramento de traficantes que mantém times de futebol em campeonatos de pelada pra onde levam faixas com seu nome, ameaçam e até matam (como num episódio recente) jogadores dos times adversários.
Enquanto isso, a Segurança Pública de mais de 1 bilhão de reais nada vê e nada faz. Só nos resta gritar: Socorro!!!!
