Reproduzido do ZERO HORA, por Rosane de Oliveira
Só a falta de um motivo mais consistente para atacar a presidente Dilma Rousseff explica as críticas à presença de sua filha, Paula, na comitiva que está na China. Dizer que Paula foi à China fazer turismo com dinheiro público, como têm dito os detratores da presidente, é uma mistura de má-fé, preconceito e gosto pela picuinha. Ninguém questiona um presidente homem quando leva a primeira-dama numa viagem oficial. Por que Dilma, uma mulher divorciada, não pode viajar com a filha, que na posse desfilou com ela em carro aberto?
Paula é procuradora do Ministério Público do Trabalho. Entrou lá por seus méritos, ao ser aprovada em concurso público, muito antes de a mãe sequer sonhar em ser presidente da República. Ganha um bom salário e não precisa de carona para fazer turismo. Pode ir à China todos os anos, com marido, filho e babá, sem que isso desestruture o orçamento familiar. Acompanhar a mãe é até um sacrifício pessoal para quem tem um bebê de sete meses e que se separa do filho pela primeira vez por tão longo período.
Não deixa de ser também um gesto simpático de Dilma para com os anfitriões mandar a filha visitar a Grande Muralha, um monumento que normalmente os chefes de Estado e de governo incluem na agenda das viagens ao país. No futuro, Paula poderá até cumprir tarefas acessórias em visitas oficiais, como fez Michelle Obama no Brasil enquanto o marido se encontrava com a presidente.
A propósito da visita de Obama e de sua comitiva, o que diria o moralismo brasileiro se Dilma fosse aos Estados Unidos com a mãe, a filha, o neto, a tia e a madrinha de Gabriel? Pois Obama trouxe a mulher, as filhas, a sogra e a madrinha de uma das meninas, sem contar o exército de serviçais. Paula poderia ser criticada se estivesse matando o trabalho e recebendo tratamento diferenciado por ser filha da presidente. Não está. O Ministério Público do Trabalho informa que ela está usufruindo de licença-prêmio, como qualquer servidor público.
Comentário meu: O artigo acima é uma reação às críticas feitas à Presidente Dilma por haver levado a sua filha Paula na comitiva que foi à China. Essa crítica é, no mínimo, desconhecimento de como funcionam as relações entre as nações. A família de um Presidente é um símbolo para as demais nações. Ou por que será que Barak Obama sempre viaja pelo mundo acompanhado da esposa e das duas filhas? O interessante é que os mesmos setores da imprensa que deram grande destaque de forma positiva quando o presidente do Estados Unidos aqui esteve, agora pintam de cores negativas o mesmo fato quando praticado pela Presidente Dilma.
É isso mesmo, sem tirar nem por uma virgula.