Imagine embarcar numa aventura, tendo ao lado piratas, botos, bruxas e até um peixe-boi, e ainda por cima precisar enfrentar uma casa mal-assombrada, com vários fantasmas. É para este lugar cheio de personagens criativos e inusitados que o leitor de “Os piratinhas do bem no mundo da imaginação” será transportado a partir deste sábado (15), quando o livro da escritora Irlen Benchimol, servidora do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) há 9 anos, será lançado na livraria Bom Livro, no Manaus Plaza Shopping, às 17h.
A publicação, editada pela Scortecci e com ilustrações de Vivian Saad, é a segunda da servidora, que atua na 15ª Vara do Juizado Especial Criminal, no Fórum Mário Verçosa, em Aparecida. Trata-se de uma continuação, conforme Irlen, e que pretende transformar a obra em uma coletânea. “Já estou com várias estórias prontas, faltando agora somente a impressão”, comentou. Além da temática infantil, seus personagens foram inspirados em animais da região Amazônica como o boto cor-de-rosa e o peixe-boi, tendo a finalidade de valorizar a cultura e particularidades locais e também desenvolver nos “pequenos” leitores o interesse pela fauna, flora e a sua preservação.
O primeiro livro de Irlen Benchimol, “Os piratinhas do bem navegando pela Amazônia”, lançado em Manaus, na livraria Saraiva, foi editado por uma empresa portuguesa e já distribuído para países como Espanha e Irlanda.
De acordo com a escritora, o lema dos “piratinhas” é ajudar quem precisa e as crianças podem entrar nessa corrente do bem, aprendendo valores importantes como o respeito e a solidariedade. Uma das estórias conta a experiência do garoto que jogou uma lata de refrigerante no rio e que acabou provocando um ferimento no olho de um peixe-boi, por isso a bruxa cabeça-de-jacaré o transforma em um peixe-boi. “A estória desse garotinho ensina as crianças a não maltratarem os animais e a ajudarem os outros”, comentou.
ANIMAIS
De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o boto, por exemplo, o mamífero aquático e um dos símbolos do folclore do Amazonas, é ameaçado de extinção, pois sua carne é utilizada como isca para a pesca do peixe piracatinga (Calophysusmacropterus), popularmente conhecido como “douradinha”. Atualmente o número de botos mortos varia de 2,5 mil a 4 mil, por ano, na Amazônia.
E o peixe-boi da Amazônia é também o único que ocorre exclusivamente em água doce e a espécie também é muito pressionada pela pesca ilegal. Os animais alimentam-se essencialmente de plantas aquáticas e semi-aquáticas, e seu metabolismo permite que permaneça mais de 20 minutos em baixo da água, sem respirar.
COMO TUDO COMEÇOU
A inspiração para escrever os livros começou a partir da observação das brincadeiras do filho, quando o levava para visitar parques e zoológicos de Manaus. “Sempre gostei de passear com meu filho e ver os animais; o levava ao zoológico do CIGS (Centro de Instrução de Guerra na Selva do Exército Brasileiro), ao Bosque da Ciência (do Inpa) e nesses locais havia muitas ideias para brincadeiras e ele sempre gostou dos piratas; e aí transformei esses lugares em um grande navio que pode levar as crianças onde elas queiram, para um mundo de aventuras, diversão e alegria”, contou Irlen Benchimol.
“O meu sentimento em relação ao livro não dá para descrever, só posso dizer que é muito bom poder contar estórias para as crianças e fico feliz me poder compartilhar a alegria, as brincadeiras, a imaginação e o amor; é isso que as pessoas vão encontrar nos meus livros”, completou.
Por Acyane do Valle
Fotos: Dora Paula
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