Talvez as pessoas ainda não tenham percebido a gravidade do momento que vivemos com a greve da Polícia Militar na Bahia e o anúncio de uma nova greve dos policiais militares e bombeiros no Rio de Janeiro ( imagem acima)
A questão é delicada.
De um lado, os policiais militares de Brasília, muito bem remunerados. De outro, o restante do Brasil, com salários, em regra muito baixos, que nem de longe chegam ao da nossa ilha da fantasia que é Brasília.
Nesse contexto, entra a PEC 300 igualando os salários dos policiais militares Brasil afora aos de Brasília. Campo fértil para o discurso fácil da demagogia, sem nenhuma responsabilidade. Óbvio que Brasília não pode ser parâmetro. Afinal, ela tem recursos de um Estado, somados ao de um Município de capital e com reforço de caixa de verbas do Governo Federal. Como o Acre pode ter a mesma remuneração? Óbvio que não.
A questão estourou na Bahia, onde no passado o Governador Jacques Wagner quando deputado apoiou manifestação semelhante, a meu ver, equivocadamente, mas pode pipocar no Brasil inteiro começando pelo Rio de Janeiro.
O momento exige serenidade, responsabilidade e equilíbrio, bem como cobra do Governo Federal, da Presidente Dilma, a iniciativa de regulamentar o direito de greve do funcionalismo público. Foi a omissão do Executivo Federal que fez com que o STF dissesse que na ausência de uma norma aplicavam-se à greve do serviço público as regras da greve na iniciativa privada, o que é um despropósito.
Sem radicalismos, com serenidade, responsabilidade e equilíbrio, é preciso encaminhar uma solução. Não vale omissão de ninguém, muito menos apostar no quanto pior, melhor. É preciso negociar à exaustão, mas sem que o Estado brasileiro abra mão de sua soberania.
Afinal, greve com metralhadora na mão, não é greve, é motim, e isso é inaceitável.