O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) repudiou, nesta quarta-feira, 10, durante sessão híbrida na ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas), a aprovação do requerimento de urgência, na Câmara dos Deputados, para apreciação do projeto de lei que dá autonomia ao Banco Central.
Para Serafim, o que se espera do Congresso Nacional é a discussão de temas como vacinação, combate à desigualdade social e situação das empresas que permanecem fechadas durante a pandemia.
“A vacina é a única arma que temos para combater a Covid. O Brasil precisa cuidar da questão social. Temos 14 milhões de desempregados, sem renda. Abono emergencial precisa voltar. O Brasil tem que encontrar uma saída inteligente em relação a algumas empresas que estão fechadas deixando de faturar e estão vivendo momentos muito adversos. O que se esperava era que esses três temas fossem a pauta para a Câmara dos Deputados”, disse o deputado lamentando a prioridade do parlamento concedida aos banqueiros.
“Mas aí vem o sistema financeiro e diz o seguinte: Olha, esse negócio de vacina, esquece. Esse negócio de abono emergencial vamos deixar para depois. Essa questão das empresas que geram emprego, esquece também. Vamos cuidar de dar segurança para os banqueiros”.
O líder do PSB na ALE-AM destacou que a emergência para concessão de autonomia ao Banco Central é para o aumento de juros.
“Quem fez a pauta da Câmara dos Deputados, que vai ser votada nesta quarta, sobre a autonomia do Banco Central não foi o povo que precisa da vacina. Não foi o povo que precisa do auxílio emergencial e nem foram os empresários que precisam trabalhar para pagar impostos e manter os seus empregos. Quem fez a pauta, lamentavelmente, com a conivência do governo foram os banqueiros que querem autonomia do Banco Central, que querem juros mais altos de uma dívida que chega a R$ 5 trilhões”, disse ao enfatizar que a medida não ampliará as vacinações, não devolverá os empregos aos desempregados e não dará auxílio emergencial.
FTI
O parlamentar ainda afirmou que o FTI (Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento do Amazonas) tem prejudicado e não beneficiado os municípios.
“Sobre a questão do FTI espero no momento oportuno ter a possibilidade de resgatar e contar um pouco a história desse fundo. Isso daí foi uma obra de engenharia do Samuel Ranan que acabou frutificando não para beneficiar os municípios, mas para prejudicar os municípios e os poderes. Eu falo sobre isso há 20 anos e há 20 anos não sou ouvido”, concluiu.
Foi aprovada no início da tarde desta quarta-feira, na Assembleia Legislativa, a proposta articulada do deputado Carlinhos Bessa (PV) que amplia de 10% para 15% o repasse do FTI para o interior, que representa aproximadamente R$ 160 milhões aos municípios do Amazonas.