O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) repudiou nesta quinta-feira, 2, críticas de aliados do governo estadual à atuação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALE-AM). “Trabalhamos com fatos. E contra fatos não há argumentos”.
“Todos nós trabalhamos com fatos, com documentos, em procurar aonde quem quer que seja. Temos feito um bom trabalho. Sem querer nos comparar com qualquer outra instituição, mas nós em uma semana de posse de documentos que já estavam no poder de outras instituições há mais de 2 meses, conseguimos elucidar toda a situação da compra e venda de respiradores”, disse Serafim.
O parlamentar é membro titular da Comissão. Além dele, a CPI é formada pelos deputados Wilker Barreto (Podemos), Delegado Péricles (PSL), Fausto Jr. (PRTB) e Dr. Gomes (PSC).
“Quero aqui manifestar minha solidariedade com os demais membros da CPI, pois em nenhum momento nós objetivamos ofender ou denegrir quem quer que seja. E venha de onde vier, parta de onde partir, já vieram de vários lados, eu quero rechaçar qualquer agressão à CPI, porque o que a CPI tem conseguido fazer é inusitado. Nenhuma CPI teve tanto questionamento na Justiça como essa, nenhuma CPI em tão pouco tempo conseguiu elucidar situações que até então ninguém conseguia entender”, declarou o deputado.
Os trabalhos da CPI iniciaram no dia 26 de maio. A Comissão tem por objetivo cobrir as administrações dos cinco últimos governadores do Amazonas. Até aqui, a Comissão apura a compra possivelmente superfaturada de 28 ventiladores mecânicos para a Susam.
A CPI apurou que a empresa Sonoar comprou os ventiladores por R$ 1 milhão e os revendeu para a FJAP por R$ 2,480 milhões, um lucro de quase R$ 1,4 milhão sobre a outra empresa. E a Susam comprou da empresa os 28 ventiladores por R$ 2,9 milhões.
Secretária presa pela PF segue à frente da Susam
Serafim lembrou que a titular da Susam, Simone Papaiz, presa na operação Sangria, da Polícia Federal, segue à frente da pasta. A Procuradoria Geral da República (PGR) e a Polícia Federal sustentam que houve fraude na compra dos 28 respiradores executada pela Secretaria de Estado de Saúde.
A principal acusação é que o valor foi superfaturado e a compra direcionada para a empresa FJAP.
“O governo precisa deixar cair a ficha. Eu me assusto quando vejo que houve uma operação na segunda-feira, existem pessoas presas, e essas pessoas continuam nos cargos, quem é a secretária de saúde hoje no Amazonas? Quem é o chefe do jurídico da Suhab do Amazonas (João Paulo Marques)? E aí eu vejo uma inércia, uma paralisia, um apagão no governo, isso me preocupa muito”, concluiu Serafim.