A proposta que trata da Reforma da Previdência foi apresentada, ontem (20), ao Congresso Nacional. O deputado Serafim Corrêa (PSB-AM) se manifestou nesta quinta-feira (21) sobre o assunto e disse que, independente das várias opiniões, nenhuma vai contemplar todas as necessidades.
“Claro que a Reforma é necessária. Resta saber qual reforma? E essa discussão vai acontecer no Congresso Nacional, exclusivamente. Qual o pano de fundo disso tudo? Qual a razão da qual não podemos fugir? É que com os avanços da medicina, com a graça de Deus, com as novas descobertas em relação a saúde, o brasileiro passou a viver mais. Ele [brasileiro], que nos anos 50 vivia, em média, 52 anos, vive hoje, 75 anos. Ora, o sistema que já havia sido projetado para uma vida média de 52 anos, de repente teve um acréscimo de cinquenta por cento de expectativa de vida em 50 anos. Isso, obviamente, desmontou, desmoronou toda a estrutura que existia anteriormente, e isso tem que ser reconstruído. Agora, a questão é: quem vai pagar a conta?” Questionou Serafim.
De acordo com o deputado, a conta não pode ser paga por aqueles que podem menos. Ela tem que ser distribuída de forma equitativa, preservando os que podem menos. Serafim disse que concorda com alguns pontos da reforma e discorda de outros e que cada cidadão terá a oportunidade de se debruçar sobre a proposta da reforma, estudá-la, sem açodamento e sem precipitações. Ele disse ainda que não há qualquer prevenção coorporativa de encarar e enfrentar a situação e, na hora do voto, cada partido vai orientar a sua bancada para votar a favor ou contra.
“Veremos como cada um vai caminhar. O que vejo é que esse debate vai ser feito intensamente, em toda a sociedade. Aproveito para sugerir que a Comissão de Serviços Públicos da Assembleia Legislativa do Amazonas, tome a iniciativa de convidar especialistas, convidar a AMAZONPREV e a MANAUSPREV, para que possamos todos conhecer melhor e mais profundamente a reforma da Previdência e ampliar a discussão. Aí sim, podermos formar a nossa convicção”.
Serafim concluiu dizendo que existem pontos no projeto que resolvem questões antigas, presentes há décadas, e que agora serão resolvidas, caso a reforma seja aprovada. Mas existem outras que, não apenas não serão resolvidas, como serão pioradas. O deputado se refere aos que ganham menos e frizou, principalmente, na questão do cônjuge sobrevivente, quando ocorrer a morte do outro cônjuge, que terá o benefício praticamente cortado ao meio.
“Julgo que os debates em relação a esse tema serão intensos e que terão que ter de nós uma imensa responsabilidade, já que as assembleias e as câmaras municipais ficarão de fora do poder de decisão. A decisão que for adotada no Congresso Nacional vai valer automaticamente para estados e municípios e é bom que seja assim. Deve haver uniformidade”, finalizou.