O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) avaliou, durante discurso na manhã desta quinta-feira, 17, que a Medida Provisória que viabiliza a privatização da Eletrobras, nos moldes em que está, beneficia grupos econômicos ou corporações do setor elétrico, gerando aumento no custo da energia para consumidores.
O governo federal espera arrecadar cerca de R$ 60 bilhões com a privatização da empresa. O Senado adiou para esta quinta-feira a votação da medida provisória.
“O Senado vota hoje algo muito importante, que é a MP (Medida Provisória) da Eletrobras, que trata da privatização da Eletrobras. Isso é algo muito complexo e que estão querendo tornar simples, mas com uma árvore cheia de jabutis. Na Câmara dos Deputados praticamente inviabilizaram a privatização. E eu quero deixar bem claro que não sou contra privatização, em tese. Mas existem privatizações e privatizações. Essa da Eletrobras merece muita discussão. Tem coisas que precisam ser corrigidas, tem áreas que realmente precisam ser privatizadas e têm outras que não”, analisou Serafim.
A proposta, conforme Serafim, ainda divide senadores que criticaram a inclusão de “jabutis” – trechos sem relação com o objetivo original da proposta – e que, segundo alguns parlamentares, inviabiliza o avanço da medida.
“O que foi feito na Câmara dos Deputados foi incluir uma série de jabutis obrigando a contratação de empresas privadas exatamente para manter algo que é danoso e só vai significar o aumento da energia elétrica em nosso país, que já vai aumentar por conta da escassez da água. Se o Senado ainda colocar outros jabutis, nós não vamos chegar a lugar algum. Portanto, quero manifestar aqui a minha preocupação com relação a essa votação”, disse o líder do PSB na ALE-AM.
Editada pelo governo em fevereiro, a MP perde a validade na próxima terça-feira, 22, se não receber o aval do Congresso.
“A meu ver seria melhor se não ocorresse a votação, que a Medida Provisória caísse no dia 22, que é a data que ela vence, e aí poderia ser aberta uma discussão racional, lógica, para que seja feito o melhor para o Brasil, não o melhor para alguns grupos econômicos ou corporações”, concluiu o deputado.