O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) afirmou na manhã desta quinta-feira, 14, que a demora no licenciamento da rodovia BR-319 enriquece há mais de 30 anos as mesmas empreiteiras que renovam todos os anos contratos para obras de manutenção da estrada. Segundo o parlamentar, essas empresas lucram, em média, R$ 150 milhões, a cada ano, para realizar os mesmos serviços.
“(…) esse é um jogo de interesses muito grande, é um jogo de vaidades, de egos, de onde você tem que ter muita habilidade para administrar essa confusão. Não tenho visto, da parte de ninguém, interesse em superar isso. Agora o que eu vejo é que todos os anos, e isso me refiro há 30 anos, as mesmas empreiteiras ganham a obra da manutenção da estrada. E as informações que tenho é de que são gastos R$ 150 milhões por ano”, disse o deputado durante discurso na sessão plenária da ALE-AM.
“Quer dizer, isso é uma mina de ouro, eles recuperam no verão, agora eles estão a todo vapor, a estrada vai ficar ótima, ainda que não asfaltada, mas aí vem a chuva e o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) permite que carretas de 40 toneladas, de 50 toneladas trafeguem na rodovia, e destroem o trabalho que foi feito. Aí vem as mesmas empreiteiras que já tem o serviço garantido para o ano seguinte”, completou Serafim.
O líder do PSB no legislativo estadual lembrou que em 30 de março de 2019, no fim do terceiro mês do Governo Bolsonaro, o vice-presidente da República, Hamilton Mourão, declarou: “Se esse trio não resolver o problema da BR-319, eu vou dizer algo que gente fala muito no Exército, eu vou comer minha boina”. Mourão se referia ao então ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, o secretário nacional de Transportes, general Jamil Megid Junior, e o diretor do Dnit, general Antônio Leite dos Santos Filho.
“Então eu imagino que agora o ex-ministro vai ter que comer a boina para atender o compromisso do general Mourão, que hoje é candidato lá no Rio Grande do Sul. Os dois esqueceram o Amazonas, não cumpriram o compromisso. Agora porque eles não cumpriram? As palavras do vice-presidente, do presidente e dos ministros se perderam no tempo e essa promessa, que foi feita ainda na campanha, não foi e nem será cumprida”, concluiu o deputado.