O Governo do Estado anunciou na manhã desta quinta-feira (15), reajuste salarial para os professores de R$ 133 (8,17%). Na Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), o deputado Serafim Corrêa (PSB), rebateu a proposta e defendeu o aumento de 28% para os profissionais da educação, baseado no repasse milionário do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) depositado na conta do estado no primeiro bimestre – R$ 393,8 milhões.
Hoje um professor com carga horária de 20h ganha R$ 1.634,75, segundo a Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Com essa proposta do Governo Amazonino, o salário dos professores irá para R$ 1.768,60. Mas esse reajuste, com base no aumento dos repasses do Fundep, poderia ser de até 28,2%. Dessa forma o salário dos professores teria aumento de R$ 457,73 e iria para R$ 2.092,48.
“Se esse aumento fosse de 28%, eles receberiam bem acima de R$ 400 de aumento. A minha proposta é de que o governo reveja esse índice, porque 8,17% não vai resolver o problema, vai ao contrário – vai irritar ainda mais os professores”, avaliou Serafim.
Em 2017, o estado recebeu, por meio do Fundeb, R$ 267 milhões no primeiro bimestre. No mesmo período deste ano, o governo estadual recebeu R$ 393,8 milhões, o que representa um aumento de 47% em comparação ao ano anterior. Do total dos recursos do Fundeb, o governo estadual poderia utilizar pelo menos 60% para destinar ao pagamento da remuneração dos profissionais do magistério da educação na rede pública de ensino.
“Está faltando conversa e diálogo aberto do governo. Ele (Amazonino) está numa postura muito equivocada, os tempos são outros. O governador Amazonino, com todo respeito que tenho a sua pessoa, está numa postura quase que imperial”, afirmou o deputado.
Auxílio Saúde
Em relação à suspensão do plano de saúde dos professores e anúncio da Seduc de que o valor do benefício será depositado diretamente na conta dos profissionais, Serafim fez uma advertência.
“Ocorre que todos nós sabemos que quando o plano de saúde é coletivo o valor vai lá para baixo, mas quando ele é individual vai lá para cima. Então, nenhum professor vai conseguir pagar um plano de saúde aqui em Manaus. A minha proposta é um pouco diferente – no interior, onde efetivamente não há plano de saúde, os professores devem receber esse auxílio em dinheiro. Agora, na capital, que seja mantido o plano de saúde”, sustentou o deputado.
A empresa responsável, até então, pelo plano de saúde dos professores, era a Hapvida. Para Serafim, se essa instituição não está mais funcionando bem para o estado, é melhor realizar outra licitação e contratar uma nova empresa.
“Porque por esse caminho que o governo estadual está anunciando, os professores sairão prejudicados. Podem aguardar – quando ocorrer o primeiro crédito desse valor vai haver uma nova revolta dos professores, que hoje estão em greve e com muitas escolas paralisadas”, concluiu Serafim.
Texto: Janaína Andrade
Fotos: Marcelo Araújo