O deputado Serafim Corrêa (PSB) prestou solidariedade ao juiz federal amazonense Vallisney de Souza Oliveira, que foi ofendido pelo presidente do Congresso Nacional, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), e chamado de “juizeco” ao autorizar a Operação Métis, deflagrada pela Polícia Federal no Senado Federal, onde quatro policiais legislativos já foram presos.
O deputado lembrou, da tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), nesta quarta-feira, 26, que o Brasil vive um momento muito delicado, totalmente inviável para esse tipo de posicionamento. “O país vive um momento de tensões na economia, na política, na relação entre os poderes, enfim, momento que desafia a serenidade e o entendimento de todos. Sem diálogo e sem entendimento nós não vamos a lugar algum”.
Para o juiz amazonense, Vallisney, “são gravíssimos” os indícios contra policiais, acusados de fazerem varreduras nas residências dos senadores para identificarem escutas telefônicas.
“A reação de Renan Calheiros, junto a isso, foi chamar Vallisney de “juizeco” e isso não resolve o nosso problema, pelo contrário, cria um confronto desnecessário porque a reação da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Carmem Lúcia, foi de duas ordens: a primeira foi de uma manifestação dizendo que toda vez que um juiz de primeira instância for destratado, ela e toda a magistratura seria destratada. Isso estabeleceu um confronto entre presidente do Congresso Nacional e presidência do STF. O desdobramento seguinte, a outra forma de reação, foi que ela se recusou a participar de uma reunião com o presidente da República, Michel Temer, e com o presidente do Senado. Vallisney é amazonense vitorioso, professor, tem vários livros publicados. Ele é um juiz justo, que julga de acordo com a prova dos autos”, defendeu o parlamentar.
Serafim acredita que é preciso uma mudança na conduta dos poderes. “O Brasil vai passar os próximos dois anos por uma catarse. Nós vamos ter que nos reinventar. É preciso o diálogo e o respeito de um com os outros e o reconhecimento de que os poderes são independentes, mas são harmônicos. Nós não teremos solução sem respeito. Este tipo de briga não nos leva a lugar algum”, finalizou.
Texto: Assessoria do Deputado