O deputado Serafim Corrêa (PSB) fez um alerta para o momento de transição em que, não só o Amazonas, mas, o mundo inteiro passa com a chegada da era digital. O parlamentar disse que a sociedade está acompanhando essa revolução, que traz consigo a união entre o conhecimento e a rapidez e, para acompanhar o processo de mudança, é necessária uma reforma no sistema organizacional político e jurídico.
Da tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), nesta quarta-feira (5), o líder do PSB na Casa disse que nós vivemos tempos complexos e difíceis exatamente porque estamos nessa fase de transição.
“A origem dessa mudança, que ocorre não só no Amazonas, mas no resto do país e no mundo, na opinião dos pensadores modernos, nasceu após o término da Guerra Fria e da queda do Muro de Berlim. Nós tivemos uma nova forma de produção onde prevalece a inteligência, o conhecimento e a rapidez, além da ligação direta entra as duas pontas. Aquilo que era muito forte, há 30 anos, virou pó. Exemplo disso é a Kodak, empresa que tinha 170 mil empregados no mundo inteiro e que sumiu. Sumiu porque vendia papel e câmeras fotográficas, mas com o celular, no meio digital, tudo isso foi para o espaço. O Uber “detonou” os taxistas. A OLX detonou os classificados dos jornais, o WhatsApp atormenta ainda hoje as empresas de telefonia celular. Até o próprio e-mail abalou os Correios”, observou Serafim.
Segundo o deputado, essas mudanças também comprometeram todo um sistema de organização política e jurídica.
“Os parlamentos ficaram em xeque, os partidos ficaram em xeque, os sindicatos também. Mais do que isso, o nosso modelo jurídico foi para o espaço. Na hora em que o juiz intima pelo WhatsApp, isso é uma revolução. A mesma revolução que está acontecendo no sistema bancário brasileiro, em que Caixa Econômica e Banco do Brasil fecharam centenas de agências por conta da preferência dos seus clientes pelo meio digital. Com isso, 25 mil bancários que tinham tempo de se aposentar, foram estimulados a pedir aposentadoria mediante um prêmio, já que não fazia mais sentido manter aquele tipo de mão de obra. Essa é a reflexão que devemos fazer e olhar para o nosso Estado e ver que ficamos pra trás em uma série de coisas, inclusive na organização da administração pública. Ou nos adequamos ao nosso tempo ou ficamos parados esperando o tempo passar”, finalizou o deputado.
Texto: Luana Dávila/ Foto: Marcelo Araújo