O deputado Serafim Corrêa (PSB) pediu, nesta terça-feira, 5, que a prefeitura de Manaus disponibilize na internet dados do sistema de transporte, tendo em vista a crise entre o sindicato dos rodoviários e empresários do setor que se arrastou por sete dias, prejudicando toda a população. Serafim defende também que os trabalhadores que têm veículo e não usam o vale-transporte, recebam o vale-gasolina, como ocorria durante sua gestão municipal (2005-2008).
“O que aconteceu com o presidente do sindicato dos rodoviários, Givanci Oliveira, se referindo ao prefeito Arthur Virgilio foi um ato incivilizado. Uma agressão rasteira, desnecessária e que não contribui para nada. O sistema como um todo, envolvendo rodoviários, prefeitura e empresários, precisa de autocrítica. Esses métodos não fizeram com que essas empresas recolhessem as contribuições previdenciárias e nem o Fundo de Garantia. Por outro lado, as empresas dizem que acumulam prejuízos, apesar de terem uma das tarifas mais caras do país. Eles dizem que não têm rentabilidade”, disse o parlamentar.
Serafim defende que trabalhadores que não andam de ônibus recebam o vale-gasolina
O deputado explicou como acontece a compra e o repasse do vale-transporte e o que fez quando prefeito de Manaus junto ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram).
“Quando as empresas compram vale transporte, carregam os cartões dos seus empregados e, com esse cartão, a passagem é paga. Tem funcionários que têm carro. E quem iria ficar com esse dinheiro? Os empresários? Isso não era justo. Então, quando prefeito, determinei que o Sinetram fizesse um convênio, com ao menos três redes de postos de combustível, para que esses postos descarregassem o cartão e os trabalhadores que têm seu carro utilizam esse valor em combustível. Por tanto, ele não perde o dinheiro pago pela empresa. Depois que saí, mudaram a regra, e tiraram o cartão-gasolina. E o resultado é que esse dinheiro ficou para as empresas. A prefeitura vai ficar com os vales dos trabalhadores que não têm veículo, mas esses vales deveriam ser repassados a esses trabalhadores em forma de vale-gasolina”.
Serafim disse ainda que a transparência nas contas públicas é de extrema importância para o avanço do sistema no transporte público e que fez questão de aplicá-la em sua gestão. “Todos os vereadores recebiam uma senha para ter acesso a todas as informações do transporte, como por exemplo, saber quantos ônibus estavam rodando. O Ministério Público do Estado (MPE) nunca acessou o sistema. Entendo que estas informações deveriam ser disponibilizadas online”, concluiu.
Texto: Luana Dávila
Foto: Marcelo Araújo