O deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) avaliou como desplante a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, à bancada federal do Amazonas, que disse não saber dos prejuízos gerados à ZFM (Zona Franca de Manaus) com a decisão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de reduzir o imposto de importação de bicicletas de 35% para 20% de forma gradual até o fim deste ano.
“A nossa bancada federal marcou audiência e esteve com o ministro Paulo Guedes e sabe qual foi a resposta que ele deu? Que não sabia. Não sabia bem do que se tratava. É um desplante. O presidente da República anuncia, andando de bicicleta, sem camisa, pelo Twitter, que está reduzindo a alíquota do polo de bicicletas, polo esse tão importante para a região de um país e o ministro nem sabia? Então ele tem que pedir para sair, porque o presidente da República já tomou o lugar dele. Está tomando as atitudes por ele”, disse Serafim durante sessão da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas) na manhã desta quarta-feira, 24.
Serafim afirmou que a redução da alíquota do imposto de importação de bicicletas põe em risco a permanência de empresas no PIM (Polo Industrial de Manaus). “Isso daí quebra o polo de bicicletas da Zona Franca de Manaus e coloca em risco o emprego de 5 mil trabalhadores”, declarou.
O líder do PSB na Casa Legislativa também criticou a maneira de governar do presidente da República, Jair Bolsonaro, e disse que depois do ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, o próximo a ser “descartado” será o ministro Paulo Guedes.
“Aliás, a demissão do presidente da Petrobras diz bem o nível de consideração que o presidente tem por ele [Paulo Guedes]. Ele está sendo fritado e não é em banho Maria, não. É em banha mesmo. Fritado pelo presidente da República da mesma forma que o Sérgio Moro foi fritado. Ele foi usado, fritado e, por último, descartado. O ministro Paulo Guedes está na fase dois. Ele está sendo fritado e será, proximamente, descartado”, afirmou.
Segundo o parlamentar, o que houve nessa terça-feira, 23, na reunião entre Guedes e a bancada do Amazonas foi um “mise en scène” (elementos de uma encenação) para mostrar comprometimento com a agenda liberal, o que foge da realidade.
“Não tem [compromisso]. Isso daí é uma ilusão. Quem quiser que se iluda. A agenda do presidente da República é uma agenda intervencionista, estadista. Ele não quer o bem do Brasil. Ele não tem racionalidade. Ele tem um discurso pronto que deram para ele ganhar a eleição e na hora de governar, ele está fazendo tudo ao contrário daquilo que ele disse na campanha”, concluiu.