O deputado estadual Serafim Corrêa, do PSB, afirmou na manhã desta quarta-feira, 8, que as manifestações de Jair Bolsonaro neste 7 de Setembro, pregaram o golpismo e a desobediência ao STF (Supremo Tribunal Federal) e ao Congresso Nacional.
Bolsonaro declarou abertamente que não respeitará “qualquer decisão” do ministro Alexandre de Moraes, incitando seus apoiadores contra a Corte. O presidente xingou o magistrado de “canalha” e pediu sua saída diante de cerca de 125 mil pessoas, segundo a Polícia Militar, que o acompanhavam na Avenida Paulista, neste 7 de Setembro, repetindo o discurso golpista que já adotara pela manhã em Brasília. O presidente disse ainda que só aceita eleições com contagem pública dos votos.
“O que o presidente da República fez com aqueles que lhe seguem foi um ato de desapreço, de agressão a duas instituições: o Congresso Nacional e ao Supremo Tribunal Federal. Isto é golpe. Isto é golpismo. Não há outra palavra para definir o que foi feito neste 7 de Setembro”, analisou Serafim durante discurso no plenário da ALE-AM (Assembleia Legislativa do Amazonas).
O parlamentar lembrou que a manifestação de pensamento é livre, mas não para incentivar o fechamento de instituições.
“O nome disso é ditadura. É um nome bem diferente de democracia. São significados opostos. Venho a esta tribuna na mesma linha do meu partido – o PSB – para dizer que a nossa posição é muito clara. Nós somos a favor da democracia. Lutamos por ela. Lutamos pela recuperação da democracia em 1985 e não podemos nos afastar dessa linha. E digo mais, quem não está a favor da democracia, está a favor do golpe. E nós estamos a favor da democracia, seja quais forem as consequências disso. Nessa altura da vida nada permite o “murismo”, nada justifica ficar em cima do muro. Temos que escolher o lado e o nosso lado está escolhido há muito tempo”, defendeu o deputado.
O processo de radicalização dos discursos de Bolsonaro, inflamados neste 7 de Setembro, para Serafim, forçam os partidos políticos a se manifestarem. Partidos do Centrão decidiram, por exemplo, consultar suas bancadas sobre a adesão a um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro.
“Na hora que ele diz que não vai mais cumprir decisão judicial, ele está rasgando a Constituição e merece daqui o nosso repúdio. O Brasil, neste momento, caminha para definições claras de todos os partidos e todos vão ter que se manifestar”, concluiu o parlamentar.