Servidores administrativos da Seduc (Secretaria de Estado da Educação e Qualidade) manifestaram ao deputado estadual Serafim Corrêa (PSB), na manhã desta quarta-feira (22), insatisfação quanto à possibilidade da criação de um calendário especial único de reposição de aulas em consequência da greve dos professores, iniciada no dia 15 de abril.
Os servidores administrativos da Seduc, que somam 7.320 funcionários, não aderiram à greve, e afirmam não considerar justo terem que dar expediente nos dias em que os professores forem repor as aulas perdidas pelos alunos. O calendário, segundo representantes da Avamseg (Associação dos Vigias, Auxiliar Técnico, Serviços Gerais e Técnicos Administrativos), está sendo definido pelas lideranças do movimento grevista.
Durante discurso no grande expediente, no plenário da ALE-AM, Serafim disse concordar com a insatisfação dos administrativos e alertou que não é justo, nesta altura das negociações, prejudicar aqueles funcionários que não aderiram à greve e mantiveram a rotina de trabalho dentro das escolas do estado.
“Temos que tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual. Não será justo tratar os administrativos da mesma forma que aqueles que foram à greve, e muito menos os professores que não foram à greve, que ficaram na sala de aula. Eles não podem voltar a ter que fazer um turno único. Isso seria uma espécie de punição que seria feita contra aqueles que, por razão que não sabemos quais, optaram por não aderir à greve”, avaliou Serafim.
Sem punições
O deputado Serafim defende também que não ocorra qualquer desconto no salário daqueles professores que participaram da greve. “A greve é um movimento legítimo, com reivindicações justas. Se um professor já enfrenta dificuldades em se manter no mês, custear despesas básicas, embutir qualquer desconto geraria um desequilíbrio maior ainda na vida desses profissionais do ensino”, defendeu o parlamentar.
Votação
Serafim lembrou que a Casa Legislativa deverá votar nesta quinta-feira (23) o Projeto nº 293/2019, que trata do reajuste de 4,73% aos professores, que deverá receber três emendas coletivas.
“Essa greve já esteve muito longe de uma solução. Houve o momento que se achou que não haveria solução, mas com a habilidade do presidente (deputado estadual Josué Neto), dos deputados que ficaram à frente dessa pauta, nesta quinta-feira poderemos chegar a uma solução. Não podemos agora, na reta final, jogar todo esse entendimento fora por conta de um detalhe que, ao meu ver, é injusto com aqueles que trabalharam. Não é correto tratar os iguais de forma desigual, muito menos os desiguais de forma igual. Eu apelo para que amanhã se encontre um meio termo”, concluiu Serafim.