Acaba de ser publicada uma pesquisa colocando a segurança pública como segunda maior preocupação dos amazonenses, perdendo apenas para o precário sistema de saúde. Os dados contrastam com o discurso oficial do Governo e com o volume de recursos investido no setor nos últimos anos.
O Governo do Amazonas neste ano de 2013 gastará mais de R$ 1 bilhão na Secretaria de Segurança Pública e a previsão para o ano que vem é de mais de R$ 1,3 bilhão. Para se ter uma ideia, segurança só terá menos recursos que educação (25%) e saúde (12%) que tem seus percentuais definidos pela Constituição.
Assim, o Governo garante um investimento bilionário em segurança, mas a população continua com a mesma sensação de insegurança de outrora. Diante desse fato, uma constatação é óbvia: nem só de dinheiro vive a Segurança!
É preciso eficiência na gestão, valorização dos profissionais da área, diálogo com a sociedade e ação transversal com projetos educacionais e sociais. Isso é tudo que não existe na Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas.
Assistimos bilhões entrarem pelos ralos da ineficiência administrativa, da falta de critérios para promoção de praças e escolha de oficiais para ocupação de postos de comandos, da imposição de escalas desumanas na PM, do pouco compromisso com a lógica de polícia comunitária a exigir a abertura de espaços permanentes de diálogo entre polícia e população e da arrogância dos que não conseguem criar espaços institucionais entre a política de segurança e aquelas relacionadas a educação, saúde, esporte, lazer e ação social.
Fora isso, é preciso dar exemplo. Não se pode combater o crime protegendo criminosos que saqueiam os cofres públicos. Não se pode combater o crime nomeando para postos de comando na PM oficiais envolvidos em crimes gravíssimos. Não se pode combater o crime ignorando grandes criminosos que ocupam colunas sociais quando deveriam está nas páginas policiais.
Sobra dinheiro. Falta gestão. Falta justiça. E, acima de tudo, faltam bons exemplos!