Nos anos 60 um profissional liberal decidiu entrar no ramo de restaurantes. Era um misto de clube de festas e restaurante. Só que ele não tinha queda para o ramo. E por isso os negócios não iam bem. Começou a atrasar os pagamentos de quem lhe vendia fiado. E começou a trocar de fornecedores. Comprava a carne de um açougueiro a quem não pagou. Aí mudou pra outro. Também não pagou. Já estava no terceiro que lhe cobrava insistentemente.
Sem ter mais como fugir da cobrança, chamou o seu advogado, para conversar com o açougueiro.
Na hora marcada o açougueiro chegou e cobrou, ao que o agora comerciante virando-se para o seu advogado perguntou:
“Doutor, veja que caso complicado. Quem comprou do seo Raimundo foi a pessoa jurídica mas ele está cobrando da pessoa física. Como a firma é individual, as duas pessoas, física e jurídica, tem o mesmo nome. É legitimo a pessoa física ser obrigada a pagar a conta da pessoa jurídica?”
O advogado começou a resposta:
“Esta é uma questão de alta indagação jurídica porque as pessoas físicas e jurídicas não se comunicam.Uma coisa é coisa, outra coisa é outra coisa.”e deitou falação. Ao final, o comerciante virou-se para o seo Raimundo e disse-lhe:
“Ouviu seo Raimundo como as coisas são complicadas?”
O açougueiro foi curto e grosso:
“Eu volto aqui amanhã pra receber. Se a pessoa jurídica não pagar, a pessoa física vai levar muita porrada.”