Os mais novos não sabem nem quem é Adauto Lucio Cardoso, mas ele é uma figura importante da nossa história, em especial do STF. Era político da UDN e foi nomeado Ministro do STF. Vivíamos o regime militar e foi baixado um decreto-lei instituindo a censura prévia. Ele ficou contra, foi derrotado, jogou a sua toga na sua cadeira de ministro e pediu demissão do cargo.
Veja este resgate da história do STF:
Em 1971, o STF julgou constitucional a lei da censura prévia (Decreto-lei nº 1.077), editada pelo Governo Médici. Vencido o Ministro Adauto Lúcio Cardoso manifestou sua indignada repulsa diante daquela decisão, despiu sua capa. Atirou-a em sua curul e abandonou acintosamente o recinto. Todos os jornais, no dia seguinte, deram grande cobertura ao ocorrido, inédito na vida do STF. Evandro comenta que o gesto de Adauto foi teatral, mas diz que tal reação depende do temperamento de cada um. “A verdade, parece-me, é que a atitude do Ministro Adauto Lúcio Cardoso foi única, continua única, e provavelmente nunca se repetirá.” Foi, assim, muito valioso o depoimento do Ministro Evandro Lins e Silva ao CPDOC, publicado com o título de O Salão dos passos perdidos. (RODRIGUES, Leda Boechat. História do Supremo Tribunal Federal. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991, v. 1, p. 480)</ul:
A história lembra-se dele e sua atitude. Ninguém se lembra dos que votaram a favor.
Elio Gaspari, vez por outra, simula um e-mail de quem está no céu para quem está na terra. Hoje em O GLOBO ele fez esta lembrança:
Bem lembrado, principalmente para os mais novos.