Três dos principais supermercados do país, Carrefour, Pão de Açúcar e Wal-Mart decidiram não mais comercializar carne de onze frigoríficos que são abastecidos por gado de áreas devastadas na região amazônica.
Essa atitude nos remete a uma avaliação mais contemporânea para a questão ecológica, até agora tratada como se fosse uma questão menor e contrária ao desenvolvimento.
É verdade que existe muita burocracia nessa área, mas a questão de fundo é muito mais profunda e dela parece que não nos damos conta.
O mundo inteiro está preocupado com a questão ecológica. Afinal, somos todos moradores do mesmo planeta, sejamos brancos, pretos, índios, não importa, moramos na aldeia global. A derrubada de mata de uma área reflete no planeta como um todo.
Não haverá desenvolvimento, destruindo o meio ambiente. Amanhã a qualidade de vida de todos será pior. Por isso a necessidade do equilíbrio. Nem o desmatamento indiscriminado, nem a transformação da floresta em santuário.
Nesse campo, aguarda-se para os próximos dias uma posição do Governo Federal em relação a titulação de áreas na Amazônia em favor de grileiros na extensão da França e Itália, juntas, e no valor equivalente a quatro Bancos do Brasil.
Os ecologistas, à frente a Senadora Marina Silva, defendem o veto por parte do Presidente Lula.
É preciso bom senso sob pena do Brasil entrar num confronto de conseqüências sem precedentes.
Serafim, vc sempre lúcido: “não haverá desenvolvimento, destruindo o meio ambiente”, é por isso que eu tenho orgulho de haver sido sua secretaria de meio ambiente. Quanto a rastreabilidade dos produtos, é obrigação não só dos vendedores, mas também, e principalmente, dos consumidores.
Nós todos devemos nos preocupar com a origem do que consumimos. Não podemos nos contentar em não saber se estamos ou não comprando madeira de desmatamento, carne de desmatamento, se estamos comendo transgênicos sem comprovação científica sobre os efeitos na nossa saúde, etc.
Precisamos exigir rastreabilidade de toda a cadeia produtiva e informação clara e acessível ao consumidor final (rotulagem positiva).
Precisamos também fazer a nossa parte, só consumindo aquilo que nossa consciência permitir, procurando por produtos menos poluentes (ainda que o custo imediato seja maior), com menos embalagem, não usando descartáveis, etc.
Se não fizermos isso, estaremos sendo hipócritas criticando o desmatamento da Amazônia mas contribuindo para ele todos os dias.
Existe uma rede de supermercados aqui em Manaus que agora, ainda que tardiamente (antes tarde do que nunca!), resolveu colocar sacolas retornáveis (a venda) e caixas de papelao (de graça) para uso dos consumidores, para diminuir o consumo do saco plástico. Poucas pessoas usam essa alternativa, apesar de estar disponível! Assim, ninguem pode reclamar da poluição dos igarapés da cidade, é lá que vai parar o saco plástico nosso de cada dia.
Se todo mundo não levar sua sacola de casa ou usar a opção já existente pelo supermercado, não passaremos de uma sociedade de irresponsáveis.
Parabéns Sarafa, por tocar nesse assunto de maneira tão consciente. O Lula, se não vetar vários artigos da MP 458 – regularização fundiária na Amazônia – e permitir a legalização da grilagem, estará destruindo toda a sua história, a historia de Chico Mendes e de Marina Silva.
O povo brasileiro tem que se revoltar contra essas investidas da bancada ruralista (a frente a “motosserra de ouro” Katia Abreu) de desmonte da legislação ambiental brasileira, conquistada a duras penas, e necessária para viabilizar o desenvolvimento sustentavel, com respeito às futuras gerações desse país e do mundo.
O imediatismo da visão de curto prazo dos ruralistas vai acabar com a segurança alimentar, a megabiodiversidade ecológica e cultural do Brasil e nos levar a mais pobreza, mais desigualdade social e mais fome.
Respeito ao meio ambiente não é “entrave ao desenvolvimento”, mas sim condição para que este não se transforme em mero crescimento (sem distribuição justa dos bônus e ônus) ou em des-envolvimento (retirar o homem da sua territorialidade, colonialismo social e cultural).
O Brasil precisa assegurar acesso igualitário aos recursos naturais, proteger a biodiveridade, a água doce, os serviços de sequestro de carbono, e outros ATIVOS cada vez mais importantes no mundo atual.
Ao invés de transformar a floresta em plantação de soja para alimentar rebanhos na Europa, que tal desenvolver uma economia baseada na nossa vocação natural, sem visão de curto prazo, mas com planejamento e independência, privilegiando a geração local de riquezas, com distribuição dos benefícios econômicos e sociais localmente?
Difícil né? Fazemos o jogo dos outros – vendemos a preço de banana nossas riquezas, destruímos nossas reservas estratégicas para o futuro, e eles cada vez mais florestados, cada vez mais cuidando da sua água e do seu ar. A destruição da natureza, sob o falso argumento do “progresso” é a maior estupidez praticada contra o Brasil e seu povo.
Serafim, escreva para o Lula pedindo o veto da MP 458, eu já assinei o meu nome nas petições que circulam na internet.
Se ninguem falar nada, será uma das maiores injustiças praticadas na História do Brasil!
Serafim.
Acredito que seu Blog deva explorar um pouco mais o bom trabalho desenvolvido por algumas Pastas de sua Administração (por exemplo SEMMA E SEMULSP). Comemoramos a Semana do Meio Ambiente, e pouco se falou sobre este tema em seu Blog, sua secretária de Meio Ambiente desenvolveu um bom trabalho para esta cidade. Hoje,foi noticiado no Jornal A Critica que o Secretário da SEMULSP viajará para São Francisco e Las Vegas para conhecer o aterro sanitário destas Cidades. Será que ele não tem conhecimento que já existe projeto desenvolvido para o novo aterro sanitário da Cidade? São os megaprojetos para uma cidade que não consegue retirar o Lixo dos igarapés e muito menos educar sua população.