Durante dois dias O DIÁRIO DO AMAZONAS e hoje A CRÍTICA denunciaram as agressões sofridas pelo patrimônio histórico em nossa cidade tanto nos casarões da Av. 7 de setembro quanto no balneário do parque 10. O mais complicado é quem agrediu foi exatamente quem tinha obrigação de cuidar, ou seja, a prefeitura e o governo do estado.
No caso da prefeitura, pelo mais absoluto descaso do atual prefeito que extinguiu a orquestra sinfônica, abandonou o local e permitiu que roubassem tudo – instrumentos, partituras, ar condicionado, etc – e depredassem o prédio do Parque 10 de novembro.
Já no caso do governo do estado, foi o próprio governo através do PROSAMIN quem derrubou. Quando as denúncias pipocaram e o IPHAN questionou, a Secretaria da Cultura entrou na história dizendo que não precisa ninguém chamar-lhe a atenção porque aquilo era patrimônio histórico estadual e sob sua guarda. Portanto, ela cuidaria.
Cuidaria…. mas não cuidou e um outro órgão do próprio Governo destruiu. Reconheça-se todos os méritos do Secretário Robério Braga no resguardo do patrimônio histórico, mas a verdade é que foi o próprio governo ao qual ele pertence quem desapropriou e depois destruiu os casarões.
O anúncio agora é que a construtora, às suas próprias expensas, coisa que ninguém acredita, nem as carmelitas descalças, ou as virgens paridas, vai reconstruir.
Esse movimento de quebra e reconstrói significa que tem gente batendo cabeça, o que é muito ruim para todos, principalmente para a história da nossa cidade.
Cabe agora ao Ministério Público que existe para cuidar disso fazer a sua parte. Apurar as responsabilidades de cada um e propor as penas cabíveis, até porque daqui a pouco isso vira moda. Destroem para ver se cola. E se colar, colou. Quanto a nós, vamos manter a vigília e usar a Internet, esta poderosa arma da cidadania, para denunciar fatos desse tipo.
FIQUEI INDIGNADO COM ESSA DESTRUIÇÃO TAMBÉM.
OS GOVERNOS, TANTO ESTADUAL, QUANTO O MUNICIPAL ESTÁ CUIDANDO, PARA QUE NOSSO ESTADO SOFRA CRONICAMENTE DE AMNÉSIA CULTURAL. ISSO ME PROVOCA PROFUNDA TRISTEZA.
PRINCIPALMENTE QUANDO LEMBRO O QUE IRÃO FAZER COM O ESTÁDIO VIVALDO LIMA. ISSO É UM CRIME, E NINGUÉM SE MEXE. VAMOS NOS MOBILIZAR, VAMOS PARA AS RUAS NOS MANIFESTAR.
É UM ASSALTO AOS COFRES PÚBLICOS. 20 MILHÕES DE REAIS, SÓ PRA DEMOLIR O ESTÁDIO QUE FAZ PARTE DA HISTÓRIA ESPORTIVA DO NOSSO ESTADO? PORQUE NÃO NÃO SE CONSTRÓI OUTRO? VERGONHA, MIL VEZES, VERGONHA…
Não acreditei quando li que o próprio Robério Braga Sabia e ordenou a demolição dos casarões. Manaus tem poucos prédios históricos e esses poucos ainda sao derrubados e pelo proprio poder publico.Lamentavel.
Daniel Costa.
DESCASO TOTAL! As imagens dos prédios históricos falam por si só. Esses prédios não representam somente a História de Manaus e sim, do nosso maravilhoso Estado (Amazonas.
SENHORES, POR FAVOR RESPEITEM A NOSSA MEMÓRIA CULTURAL.
ACORDA IPHAN! Teve garganta para prejudicar a reforma do Mercado Adolpho Lisboa e, engasgou quando o secretário deu o pito? Lembro que: A CULTURA É DE RESPONSABILIDADE FEDERAL-ESTADUAL-MUNICIPAL.
NOSSO GOVERNADOR – SARAFA 2010
O “melhor” foi a desculpa do Robério dizendo que eram prédios sem valor histórico…Lembro que o saudoso senador Péres era um apaixonado pelo centro de nossa cidade, tanto é que quando o prédio da Praça da Saudade foi demolido, quem estava lá para dar a primeira marretada??? Se estivesse vivo, o senador estaria muito triste.
Sarafa, ano passado voce estava presente quando o Presidente Lula inaugurou uma parte do prosamin que fica entre a Av. Silves e a Codajás, passando pela Tefé, lá foram desapropriadas diversas casas e as areas Foram devidamente pagas pelo prosamin e que serviriam de areas de lazer para a população. No entanto hoje, aquele pedaço está totalmente abandonado, cheio de mato, lixo e o mais importante, OS ESPERTALHÕES ESTÃO USANDO DESSE ARGUMENTO, ABANDONO DA AREA, E ESTÃO OCUPANDO TODA A SUA EXTENSÃO PARA FAZEREM CASAS, AUMENTAREM MUROS, OFICINAS, LANCHES ETC, TEM UM MURO TÃO GRANDE QUE VAI ATÉ A CALÇADA DA BEIRA-MAR, TEM UMA COBERTURA DE UMA OFICINA DE CARROS PERTO DA CODAJÁS QUE OCUPA A AREA TODA E OS CARROS VELHOS ESTACIONADOS EM CIMA DA CALÇADA PREJUDICADO AS NOSSAS CAMINHADAS POIS TEMOS QUE CAMINHAR PELA RUA. eSTÃO COLOCANDO ENTULHOS PARA FAZEREM NOVOS PISOS E NOVAS OCUPAÇÕES. eSTÁ PARECENDO RIP – RAP, DÁ UMA VOLTINHA A NOITE POR LÁ. UM ABRAÇO.
Sarafa,
O Secretário de Cultura do Estado só está preocupado com os festivais que faz no TA.
Os predios tombados que foram recuperados no Centro Historico de Manaus, ficam no largo São Sebastião. E os demais que estão em ruinas no centro? Qual é a desculpa para sua recuperação?
Quando vi a fachada do predio no jornal, me lembrei do demolido “Solar do Choro”… quem não se lembra… ficava na esquina da J.Nabuco com a Quintino Bocaiuva. O predio tombado pelo Patrimonio Historico foi demolido na calada da noite em uma unica madrugada para ser construido em seu lugar um edifício e até hoje nadica de nada.
Com a palavra, as autoridades constituídas.
o sr. não aceita críticas!!!?
Olá Sarafa,
Lamento profundamente que o patrimônio cultural de nossa cidade (e do Amazonas) venha sendo tratado como os jornais estão a publicar – e os nossos olhos a enxergar.
Ao executarem políticas culturais desprovidas de planejamento sério e tecnicamente responsável, esses governos anulam possibilidades de compreensão sobre os múltiplos processos socioculturais que nossa cidade vivenciou e, também, inviabilizam novas formas de consumo cultural que essas edificações históricas podem proporcionar na atualidade.
Meus comentários a esse respeito podem soar como proselitismo, pois atuei na constituição de uma coordenadoria especifica de patrimônio cultural na extinta Secretaria Municipal de Cultura – onde atuavam profissionais pós-graduados na área e que exerciam suas atividades em constante diálogo com a sociedade civil.
Entretanto, não posso deixar de registrar que em sua gestão as equipes de patrimônio cultural criavam projetos e viabilizavam recursos federais para suas execuções. Contudo, esses projetos eram negligenciados por muitos setores da imprensa e estranhamente “inviabilizados” por órgãos e autarquias (sobretudo federais).
Olha Sarafa, as circunstâncias que a cidade enfrentou no ano passado servem para reforçar nosso ideal de construir uma sociedade mais justa e que nossos erros foram “erros” de quem tinham a ansiedade por ACERTAR – diferente dos erros que estamos assistindo (envolvimentos em atrocidades contra a vida humana). Não sei qual será o caminho do PDT, partido que pertenço. Mas, individualmente posso dizer que estarei na condição de soldado de sua candidatura ao governo do Amazonas.
Desejo saúde física e mental para que você em 2010, para que posso nos comandar rumo à construção da sociedade que idealizamos – mais justa e fraterna.
Alvatir Carolino da Silva
Não Ganha, aposto!!!!!!!!!!!!
MANIFESTO DOS POVOS SEM HISTÓRIA
Venho através desta manifestar preocupação em relação aos atos praticados contra a nossa História e Geografia do Amazonas pelo então secretário de educação do município Vicente Nogueira.
Desde o início da sua administração tem tido uma postura autoritária e excludente, o que contraria e muito a posição de educador sério. A revelia da maioria dos profissionais e sem uma consulta aos maiores interessados, que são alunos e professores, o secretário de educação do município resolveu extinguir as disciplinas História e Geografia do Amazonas. O senhor secretário em entrevista a rádio Tiradentes a todo o momento desviou das perguntas sobre o assunto, não dando respostas objetivas e claras. Ele falou em fusão com a História Geral, no entanto, esqueceu de dizer que o tempo é insuficiente para lecionar a própria História Geral, que é muito extensa. Não respondeu também quantos profissionais de História serão demitidos, pois reduzirá a carga horária. São perguntas que o secretário poderia fazer o favor de responder e mais:
O que temos a esconder? Por que não ensinar Fundamento de História e Geografia do Amazonas?
A finalidade de discutir e relembrar o passado, de fixar memória, perpassa, dentre outras coisas, pela construção direta da nossa identidade cultural ameríndia, manauara, ribeirinha, cabocla, amazônica…
Porque não transmitir as novas gerações a energia criativa de homens e mulheres que fizeram do Amazonas o que ele é hoje?
Como as crianças e jovens poderão saber se não forem ensinados sobre o passado que nos fez o que somos hoje? Como saberão sobre as resistências indígenas a colonização; as transformações políticas e culturais; e sobre a cabanagem, “drogas do sertão”, ciclo da borracha, teatro amazonas…
Estão podando duas disciplinas escolares fundamentais para a formação do nosso povo em nome de que?
Será um erro tremendo não disponibilizar nas escolas o acesso às informações importantes sobre Manaus e Amazonas para o desenvolvimento do conhecimento de cada pessoa como cidadão pertencente e ligado ao passado da nossa cidade.
Não ficaremos inertes, não estamos dopados pelo poder de altos cargos públicos, estamos sim percebendo o que está acontecendo. Um povo sem História é um povo sem memória, sem senso crítico, portanto conformado com sua miséria e não é isso que queremos senhor secretário.
Se não sabemos os erros cometidos no passado, como não repeti-los?
Na gestão do excelentíssimo secretário nós professores não podemos mais fazer pós-graduação a nível de mestrado, pois ele fez o “favor” de acabar com o afastamento remunerado. Quem quiser fazer pós tem que pedir demissão ou pedir afastamento não remunerado. Pode uma coisa dessas?
Creio que existem muitas medidas urgentes na educação municipal e estadual que precisam ser tomadas, por exemplo: compra de livros novos para os alunos, equipar bibliotecas, climatizar salas de aula decentemente (a maioria dos ar condicionados estão velhos e quebrados e na zona rural não tem), informatizar, oferecer de forma regular e com qualidade a merenda escolar, fazer concurso público ou contratar pessoal, pois faltam profissionais administrativos, serviços gerais e merendeiras; trabalhamos sem condições em salas super lotadas, trabalhamos sem materiais didáticos…e não menos importante aumentar o salário péssimo do professor, o menor recebido por um profissional de nível superior no Estado. Até o Maranhão, um dos Estados mais pobres do país deu aos seus professores no ano passado 40% de aumento e paga 50% a mais que o Amazonas que tem o PIB e a economia infinitamente maior.
O mínimo que o secretário deveria ter feito era abrir o diálogo e sugestões com os profissionais de História e Geografia do Amazonas. Passamos anos elaborando material didático, pois essa era a reclamação anterior.
Não vamos ficar calados e apáticos presenciando essa “lei da mordaça”. Chamaremos a imprensa, ministério público, ministério da educação, pais e alunos para protestar contra mais esse erro da secretaria municipal de educação. Só assim poderemos construir uma educação mais cidadã, mais participativa, transparente, democrática e fortalecida.
“A memória do homem enquanto ser-do-mundo se constitui na herança que possibilita dar continuidade à obra humana na História”.
CARVALHO, 1991,131
Deus nos ajude
Profº. Caio Nascimento