O PSB, legenda cobiçada pelo petismo paulistano, decidiu na noite noite passada lançar uma candidatura própria. Participaram do encontro 54 dos 60 titulares do diretório municipal. A decisão foi unânime. Repetindo: não apareceu um único defensor da aliança com Haddad.
Presidente do diretório, o vereador Eliseu Gabriel anunciou: “Decidimos por uma candidatura própria. Ainda estamos conversando com outras siglas, mas em princípio está descartada, sim, a possibilidade de apoiarmos outro candidato no primeiro turno.”
Não receia que o governador pernambucano Eduardo Campos, presidente do PSB federal e amigo de Lula, pressione contra a deliberação? “Pressão existe de todos os lados, inclusive da Executiva Nacional”, disse Eliseu. “Mas não acredito em uma intervenção em São Paulo não.”
De onde retira tanta certeza? “[A intervenção] não é o jeito do PSB de fazer as coisas. As decisões locais são respeitadas pela direção do partido.” A ser verdade, a legenda companheira de Eduardo Campos prestará um inestimável serviço à candidatura tucana de José Serra, o principal antagonista de Haddad.
Serra também almejava o apoio do PSB. Uma hipótese que não soaria absurda, já que Márcio França, presidente da legenda no Estado de São Paulo, é secretário de Turismo do governo tucano de Geraldo Alckmin. Mas a simples aversão do PSB a Haddad já está de bom tamanho para o PSDB.
Afora o PSB, Lula esforça-se para prover a Haddad o apoio do PCdoB e do PR. Os comunistas do ‘B’, velhos aliados do petismo, torcem o nariz. O peérre, desatendido por Dilma Rousseff em Brasília e submetido ao comando do deputado mensaleiro Valdemar Costa Neto em São Paulo, está na bica de fechar com Serra.
Mantido esse diapasão, ou Lula afia a lábia ou logo, logo Haddad será compelido a entoar a velha balada de Antônio Maria: “Ninguém me ama,/Ninguém me quer/Ninguém me chama de meu amor/A vida passa, e eu sem ninguém/E quem me abraça não me quer bem.”