O ano de 2009 foi ano de cheia diluviana. 2010, de seca cruel. 2011 ameaça com novas enchentes. A calha do Rio Juruá, sob estado de emergência, mesmo com as águas baixando, já perdeu produção agrícola e gado. A influência veio do Rio Acre, que transbordou.
O Rio Madeira merece atenção, porque os sinais são preocupantes. As águas todas devem ser observadas e monitoradas pelos governos. Logo de início, devemos ter na ponta da língua a lista de providências a serem adotadas. Objetivos: evitar vítimas fatais e minorar o sofrimento físico, psicológico e econômico das populações que venham a ser atingidas.
Prevenir é sempre melhor do que remediar. O fenômeno é conhecido dos amazonenses e não tem nenhum sentido nos deixarmos surpreender por ele. Reservas de madeira, remédios básicos, campanhas de coleta de roupas, locais seguros e dignos para abrigar aqueles que não possam permanecer em seus lares, tudo isso pode ser trabalhado desde logo.
O povo amazonense é solidário. Nossos conterrâneos se mobilizaram para ajudar os desabrigados da região serrana do Rio de Janeiro, vítimas dos desabamentos que viraram aquela tragédia monumental, que chegou a aniquilar famílias inteiras. Imaginem o que não farão para acudir as vítimas das águas que sobem, qualquer que seja a extensão do problema!
Não tenho dados precisos sobre a expectativa calha de rio por calha de rio e nem especificamente sobre Manaus. Sei, isto sim, que o clima está alterado e capaz de promover furiosos ataques da natureza. Preparemo-nos, pois, competentemente, para salvaguardar vidas, bens e futuro dos nossos irmãos.
Não dá para fazer roleta com situação potencialmente tão grave e nevrálgica. A natureza tem força própria. Nosso dever é conviver bem com ela, impedindo, claro, que nos esmague.
Mãos à obra.