O Amazonas ficou em penúltimo lugar na lista dos Estados que mais aprovam no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas.
Manaus – O estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), publicada na tarde desta quinta-feira (13), apresentou o Estado do Amazonas como o penúltimo estado dentre aqueles que mais aprovam no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Para o presidente da OAB no Amazonas, o advogado Alberto Simonetti, problema ocorre devido à má qualidade do ensino jurídico prestado no Estado.
De acordo com o presidente, a ordem dos advogados é nacional, logo, o seu exame é o mesmo em todo o Brasil, ou seja, não há diferenciação de Estado para Estado. “A partir disso podemos concluir que o que difere o Ceará, em 1º lugar, para o Amazonas, em penúltimo, é a qualidade do ensino jurídico de suas respectivas faculdades, que no caso do Amazonas é extremamente deficiente”, afirmou Alberto Simonetti.
Sem citar nomes, o presidente disse que apenas algumas poucas faculdades no Amazonas promoviam de forma satisfatória o ensino jurídico. “Não posso afirmar que todas as universidades e faculdades do Amazonas sejam incompetentes. Algumas conseguem se sair melhor que as outras, mas, em geral, o ensino jurídico no Amazonas é bem precário”, reiterou o presidente.
Apesar do preocupante quadro em que toda a Região Norte do Brasil está inserida, no que concerne o ensino jurídico, o presidente da OAB no Amazonas mostrou-se bastante esperançoso.
“Acredito que esse quadro de deficiência possa ser mudado se modificarmos a legislação no que diz respeito à autorização para a criação de novos cursos de direito. Em minha opinião a criação de um novo curso deveria passar, primeiramente, pela provação da OAB, evitando, assim, a criação desgovernada de cursos desqualificados”, afirmou ele.
Desde março de 2013, que o Ministério da Educação não autoriza mais a abertura de novos cursos de Direito no País. “Essa é uma ótima forma de readequarem os cursos já existentes, para somente então serem permitidos a criarem novos cursos e finalmente sairmos do penúltimo lugar da lista”, concluiu Alberto Simonetti.
Pesquisa da FGV
O melhor desempenho na prova objetiva da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) é dos estudantes do Ceará, Estado em que 54,9% dos concorrentes foram aprovados, conforme mostra estudo inédito da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que analisou a últimas nove edições do concurso. Depois do Ceará, as maiores aprovações são do Rio Grande do Sul (51,2%) e Minas Gerais (50,6%). Já São Paulo aparece apenas na 17ª posição, com 43,1% dos alunos aprovados, abaixo da média brasileira, de 46%. Nas últimas posições aparecem três Estados da Região Norte: Amapá (33,3%), Amazonas (34,8%) e Rondônia (36,7%).
Comentário meu: Convenhamos que dentre todos os estados só ganhar do Amapá nos coloca numa posição muito ruim.Seja pela qualidade do ensino, como diz o Dr. Alberto Simonetti, mas também, sejamos sinceros, pela falta de querer estudar dos nossos alunos.
A qualidade do ensino reflete nos concursos público, inclusive federais. Esses dados servem para explicar porque nos últimos um número considerável de vagas em Manaus ficou com os cearenses por mérito deles, obviamente e poucas, ou até mesmo, nenhuma com os egressos das nossas faculdades. Lamentável.