No mercado financeiro, quem tem dinheiro quer segurança, liquidez e rentabilidade. Ou seja, quer ter a certeza de que não vai perder o dinheiro mesmo que o Banco quebre; quer ter o dinheiro na hora que precisar dele; e quer que esse dinheiro dê frutos ( rendimentos).
Só que as três coisas – segurança, liquidez e rendimento – não podem andar na mesma proporção. Assim, o investimento que oferece mais segurança e liquidez, tem menos rendimentos. Já aquele que oferece mais rendimentos, tem menos segurança e menos liquidez.
No Brasil temos dois tipos de investidores: os pequenos e os grandes.
Os primeiros, em geral, assalariados, aposentados, pequenos empresários, possuidores de pequenas quantias preferem segurança e liquidez e por isso tem uma remuneração menor. São os que ficam na Caderneta de Poupança que no ano passado teve uma remuneração de quase 9% ao ano.
Já os outros, são os aplicadores, especuladores, grandes empresas, possuidores de grandes quantias e, em geral, assessorados por bons economistas. Estes correm o risco e pretendem alcançar os maiores rendimentos. A referência para eles é a SELIC. Que já andou pelas alturas, mas agora está em 10,25%.
No dizer do Élio Gaspari, os aplicadores em Caderneta de Poupança são do andar de baixo e os outros do andar de cima.
Como a rentabilidade dos dois está se aproximando uma da outra, os de cima querem uma solução, ou seja, mais segurança e liquidez, ou então, que a remuneração do andar de baixo seja diminuída.
Essa é a questão.
Não vai haver confisco como houve no Governo Collor. No máximo, haverá novas regras quanto aos rendimentos. Enquanto elas não são conhecidas, o melhor é deixar lá porque pelas atuais é um rendimento seguro, com liquidez e boa rentabilidade.