O anúncio pelas autoridades econômicas da mudança nas regras da caderneta de poupança soaram mal e uma nova batalha tipo a da CPMF pode estar começando.
A questão é, a meu ver, mais ampla e remonta ao período anterior ao Plano Real, quando tínhamos inflação alta, correção monetária e a economia toda indexada. O Plano Real deu início a desindexação, mas ainda restam muitas regras desse tempo. Avançar para eliminá-las de vez é algo sensível.
Se resumirmos a questão apenas remuneração da caderneta de poupança veremos que há um choque entre a redução da taxa de juros como um todo e o piso da poupança. Essa é a questão. Sensível, delicada, mas é ela a questão.
O governo tentou empurrar com a barriga e nessa condução foi extremamente infeliz. A começar pelo valor: R$ 50.000,00. Ora, esse foi o valor a partir do qual houve o confisco do Governo Collor. Ligou uma coisa com a outra, embora não tenha a ver.
Receio que se estabeleça um confronto maniqueísta onde de um lado estejam os que querem defender tudo como está, e portanto, defendendo que os juros não caiam; e de outro, os que acham que tributando quem tem mais de R$ 50.000,00 resolvem o problema.
Prefiro que se abra o debate. Sem maniqueísmo, nem reservas mentais.
A propósito da CPMF, lembro que o discurso da oposição era que os preços cairiam, eliminando esse tributo….Tô esperando até hoje.