O atual prefeito de Manaus, depois de ter sido eleito com promessas que sabia não caber no orçamento da Prefeitura, adotou a postura de culpar a minha administração por tudo o que acontece de ruim na cidade. No início, apregoou que estava recebendo a Prefeitura quebrada, acusação que desmoralizei, inclusive, com manifestação do TCE-AM.
Depois, nos dois primeiros anos (2009/10), quando comparados com os dois primeiros anos da minha administração (2005/2006), teve uma Receita Corrente Líquida superior em R$ 1.500.000.000,00 ( HUM BILHÃO E QUINHENTOS MILHÕES DE REAIS), sem que se saiba exatamente o que fez com esse dinheiro, já que não construiu nenhuma “Ponte do Bilhão”.
Chega ao final do terceiro ano do seu mandato em clima de fim de festa, muito parecido com o do fim da Monarquia brasileira quando realizou o “Baile da Ilha Fiscal”, última festa antes da queda do Império. E nesse clima, após reforma de R$ 30.000.000,00, entregou a Ponta Negra de mão beijada a uma empresa de amigos, os mesmos a quem entregou o Porto de Manaus quando era Governador, pela módica quantia mensal de R$ 5.572,53, diante da indignação de todos, mas por enquanto, sem nenhuma ação daqueles e daquelas que têm a obrigação da “defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis”, segundo a Constituição, mas, lamentavelmente, em nosso Município, calam e dormem um sono profundo desde 1º de janeiro de 2009.
Pois bem, mas a Ponta Negra tem uma herança. Dele, Amazonino, para ele mesmo, Amazonino. Aí ele não pode querer atribuir a mim, nem a ninguém, absolutamente nada.
Relembremos.
Em 1993, quando o atual prefeito foi prefeito pela segunda vez, fez uma ampla reforma da Ponta Negra. Foi seu carro chefe de campanha na eleição em 1994 para Governador. No entanto, ele se esqueceu de um pequeno detalhe: o de pagar corretamente a empresa que fez a obra que, por tal razão, recorreu ao Judiciário.
Quinze anos depois, em abril de 2009, o processo chegou ao seu final com a Prefeitura de Manaus sendo condenada pelo Dr. Cezar Luiz Bandiera a pagar à construtora a “bagatela” de R$ 29.950.049,91 – vinte e nove milhões, novecentos e cinqüenta mil e quarenta e nove reais e noventa e um centavos. Em números redondos, TRINTA MILHÕES DE REAIS.
Essa herança é dele para ele mesmo.
E é com essa conta em cima da mesa que ele “aluga” a Ponta Negra por R$ 5.000,00 por mês. Com esse aluguel, vamos ver quantos meses ele vai levar para pagar a conta que é sua. Basta dividirmos R$ 30.000.000,00 por R$ 5.000,00. Dá 6.000 meses, ou seja, 500 anos, ou seja, cinco séculos. Nenhum de nós estará vivo para ver o final dessa história, obviamente.
É essa herança que vai ficar para os sucessores dele que terão que tirar recursos da saúde e da educação para pagar a conta da sua irresponsabilidade.
É essa a herança dele para Manaus.
Quem quiser conhecer detalhes do processo, acesse: