Por Marcelo Serafim
Um dos maiores cartões-postais de nossa cidade foi privatizado, diante da indignação de todos. Os gritos começaram por iniciativa de alguns poucos nas redes sociais e em blogs independentes de nossa cidade, mas logo ganharam espaço nos jornais, nas rádios e nas televisões. Estou convicto de que o modelo adotado não é de todo ruim, mas infelizmente o que estamos vendo é que a empresa vencedora ficará com plenos poderes para a empresa e nada para a população.
A Ponta Negra é um patrimônio público que jamais poderia ter entrado na lista de privatizações do atual prefeito. O que ele fez foi um crime contra Manaus e seu povo e isso não podemos aceitar.
Além de tudo isso, o que mais nos chama atenção é que o vencedor da licitação foi o grupo UAI, uma empresa mineira que poucos ouviram falar em nossa cidade. Aliás, a sua vitória foi noticiada bem antes em colunas sociais. Ela venceu a licitação contra empresas de porte e que todos nós conhecemos como o Manaus Plaza Shopping e o grupo Habbib’s. Alguém efetivamente acredita que esses mineiros são mais indicados do que os outros derrotados da licitação?
Creio que não! Mas novamente devemos ficar atentos para outro fato. Os ambulantes do Centro de Manaus por certo conhecem essa turma, ela é a mesma empresa que administraria o Camelódromo do centro de Manaus dentro da área do porto privatizado, ou seja, o prefeito tentou oferecer um bom negócio para seus amigos e como foi impedido pela Justiça, agora resolveu dar de presente a Ponta Negra. Isso é um absurdo, um crime sem limites contra a nossa cidade.
Quem desejar atuar dentro da Ponta Negra terá que pagar por isso, mas esse dinheiro não voltará aos cofres públicos, que bancaram toda a reforma do lugar, e sim para os bolsos dos donos do grupo UAI.
Com tudo isso perderemos um pouco da essência do lugar que infelizmente é vitima da irresponsabilidade de uma administração descomprometida com a coletividade.