Está na Zona Franca de Manaus o segundo maior pólo industrial do Brasil. É o que se convencionou chamar de PIM – Pólo Industrial de Manaus – que desde todo o sempre é alvo de ataques partidos, em geral, por conta do desconhecimento da importância desse modelo não apenas para a Amazônia, mas para o Brasil.
Os dois mais recentes ataques foram desferidos pela Presidente Dilma Roussef e pelo Governador Geraldo Alkmin, de São Paulo.
E antes de avançar no texto devo registrar que apoiei a candidatura de Dilma, somos aliados, mas entre ela e o Amazonas, fico com o Amazonas sem nem pestanejar. Também vamos deixar bem claro que não adianta fazer de conta que ela não tem nada com isso porque, afinal de contas, ela é a Presidente e é sua a assinatura na MP nº 534. O que ela fez foi diminuir mais ainda a nossa condição de competitividade com o Estado de São Paulo. Depois mandou um bilhete com juras de amor para o Governador Omar Aziz como se isso resolvesse alguma coisa. Na mesma direção foi o Governador de São Paulo.
O Governo do Amazonas e a nossa bancada federal estão inertes e calados, o que obviamente não ajuda em nada. As razões desse mutismo devem ser daquelas que até a própria razão desconhece.
Ao que parece, porém, o pior está por vir e já daqui a alguns dias.
É que está para ser anunciada a nova política industrial brasileira no próximo dia 2 de agosto pela Presidente Dilma Roussef. Tal proposta está sendo produzida pelo MDIC, cujo Ministro Fernando Pimentel já disse que o PIM deve procurar trabalhar com a floresta. Por outro lado, o Ministro Aloisio Mercadante defende abertamente estender aos celulares e aparelhos de televisão as mesmas vantagens dos tablets. Ou seja, quer eliminar 40% do Distrito Industrial.
Pergunto: quem foi ouvido ou quem conhece as idéias da nova política industrial? O Governo do Amazonas e a SUFRAMA foram ouvidos?
Ninguém foi ouvido, ninguém conhece essas “propostas”.
Quem está há mais de quarenta anos vivendo essa história, como eu, sabe que quando isso acontece é prenúncio de que novas medidas virão para diminuir ainda mais a nossa competitividade já muito prejudicada pela reiterada omissão do Governo Federal no que diz respeito a investimentos em infra-estrutura (porto, aeroporto, logística, energia elétrica, banda larga, etc.).
Faço este alerta porque entendo que este é o momento dos nossos parlamentares e o Governador Omar Aziz, a quem cabe a liderança do processo, por óbvio, conversarem com o Governo Federal, no mínimo, para manifestarem nossas preocupações ante as manifestações dos dois Ministros que reeditam a “política café com leite”.
Deixar para depois do anúncio é repetir o que aconteceu com os tablets. E aí talvez ganhemos um novo bilhetinho com juras de amor eterno.
E só isso, o que não resolve absolutamente nada.
