Fernando Fernandes Macedo estava há um ano e quatro meses trabalhando em Lábrea. Ele chegou a trabalhar na capital amazonense
De ACRITICA.COM, por Elaíze Farias
Fernando Fernandes Macedo atuava com documentos de um professor de Medicina que trabalha em Belém (Divulgação/Delegacia de Lábrea)
A Polícia de Lábrea (a 701,61 quilômetros de Manaus), prendeu nesta sexta-feira (10) um homem que já se passava por falso médico há mais de 20 anos em hospitais de vários municípios brasileiros.
Segundo o delegado de Lábrea, Eleandro Granja, somente no Pará, o paranaense Fernando Fernandes Macedo, de 50 anos, trabalhou em seis cidades utilizando documentos de outra pessoa, incluindo o cadastro no Conselho Regional de Medicina (CRM) do Pará.
Ele também trabalhou no interior dos Estados de Goiás e Mato Grosso.
Há um ano e quatro meses, Macedo conseguiu um emprego no único hospital público do município de Lábrea por meio da Secretaria Estadual de Saúde (Susam). Antes, ele exerceu a função de médico na capital Manaus e em Manaquiri, no Amazonas.
Granja contou que até a promotora da cidade já havia sido submetida a tratamento realizado por Macedo.
Receita
Conforme Granja, as investigações começaram quando o verdadeiro dono dos documentos utilizados por Macedo caiu na malha fina da Receita Federal.
A Receita Federou identificou que A.S.P, médico que atu apenas como professor em uma universidade de Belém (PA), havia recebido valores não declarados em 2010, com pagamentos feitos em Lábrea.
O professor de Medicina entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Lábrea e esta repassou o caso para a Polícia Civil, que iniciou as investigações há três meses.
Em sua casa, foram encontrados vários documentos falsificados, como Carteira Funcional de Médico, RG, CPF, Registro de Nascimento, material para falsificação, significativa quantia em dinheiro e objetos de valor.
Segundo Eleandro Granja, em seu depoimento, Fernando Fernandes Macedo disse que fazia parte de um esquema criminoso que existe no país inteiro e que é “muito fácil” conseguir carteira de médico ou falsificar e atuar.
As maiores facilidades ocorrem nos municípios do interior. Segundo o delegado, em Manaquiri, por exemplo, Macedo afirmou que chegou a atuar com a conivência do poder público.
Fernando Fernandes Macedo será indiciado pela prática de cinco crimes: exercício ilegal da medicina, falsificação de documento público, falsidade ideológica, usurpação de função pública e estelionato. Pelos cálculos de cada um destes crimes, ele pode pegar até 20 anos de prisão.
Cirrose
O delegado espera concluir as investigações na próxima terça-feira (14). Macedo continuará preso na delegacia, pois seu advogado ainda não entrou com pedido de liberdade provisória.
Para Eleandro Granja, Macedo tem chances de aguardar o julgamento em liberdade devido à sua saúde, que está bastante debilitada. O falso médico tem cirrose hepática.
Macedo também chegou a apresentar uma certificado de conclusão do curso de medicina na Pontifícia Universidade de Assunção, no Paraguai, mas cuja legitimidade gerou suspeitas no delegado.
“Era um documento não muito elaborado”, disse Granja.
Comentário meu: O CRM prestaria um bom serviço ao povo do interior do Amazonas se fizesse uma fiscalização em todos os municípios. Com certeza encontrarão médicos com CRM, médicos estrangeiros sem regularização e, possivelmente, outro “médicos” na situação deste cidadão preso em Lábrea. Agora, paralelamente a isso, tem que ser dada uma solução para a ausencia de médicos no interior. O problema é antigo e grave.
Sou uma das pessoas lesadas por este cidadão. Lamento que um órgão como a Susan não tenha tomado as devidas providências quando da contratação desse individuo. Ele já trabalhou no municipio de Itacoatiara usando o nome do Dr. Bruno Regis Prado Silveira (que é medico em mato grosso), também contratado pela Susan. Ele evadiu-se da cidade assim que surgiu suspeita de falsificador. A Susan ja sabia deste episodio. Porque permitiu que ele fosse trabalhar em Labrea? Da a impressão que existe conivência. Bem tenho uma pessoa viajando para Labrea com o objetivo de recuperar um automovel que foi alugado para este cidadão. Ele se apropriou indebitamente. Espero obter sucesso. A Susan que faça mudança em suas estruturas. É inadmissivel que um órgão de tamanha relevância admita falsários, estelionatários, etc, para trabalhar prestando serviço ao público. Correndo unclusive risco de vida.
Enquanto isso, médicos renomados, diplomados, com registro de especialidade e certificado, concursados, etc.., sao humilhados e enxotados de Lábrea porque nao se submetem às leis impostas por ditadores que se acham donos do município. N só este falsário deveria ser preso, tbm os que o encobertaram.