Há uma cultura de parte pequena da sociedade de não respeitar as leis. Essa parcela se amplia quando se trata de normas municipais e aí com um agravante: os primeiros a não respeitar, por exemplo, as regras que dizem respeito ao urbanismo são os órgãos públicos.
Para se fazer uma obra tem que haver licença municipal quanto ao urbanismo e meio ambiente. Depois de pronta, tem que haver o “habite-se” que é a comprovação de que a obra se fez de acordo com o projeto aprovado. Em seguida, comprovado o recolhimento do que é devido à Previdência Social, é feito o Registro de Imóveis. Essas são as regras.
Quando cheguei à Prefeitura de Manaus em 2005 descobri que os órgãos públicos – federais, estaduais e municipais – não cumpriam com as regras do licenciamento municipal. Aliás, nunca cumpriram desde a fundação de Manaus em 1669.
Qual a razão do próprio Estado, no sentido amplo, não cumprir as normas legais?
Deram-me uma única explicação: o pagamento das taxas. Risível, mas foi a única. Óbvio que isso pode até ser explicação, mas não é justificativa. Para não haver mais qualquer desculpa mandei um projeto à Câmara, e esta prontamente aprovou, isentando de taxas os pedidos de licenciamentos da área pública nos três níveis.
Apenas uma parcela do Governo do Estado passou a submeter os projetos à apreciação do Município.
Agora surgem duas boas oportunidades de se tratar do tema. A primeira, a Revisão do Plano Diretor e a segunda a nomeação pelo presidente do Tribunal de Justiça, Desembargador Domingos Chalub, de uma comissão para tratar de irregularidades na construção do prédio do Tribunal de Justiça.
No primeiro caso, o licenciamento de obras públicas deve merecer um exame profundo e acurado, inclusive, em relação aos prédios públicos existentes e que foram construídos sem licença, não têm “habite-se”, as construtoras não recolheram a Previdência Social e os imóveis não constam do Registro de Imóveis.
No segundo caso, a Comissão presidida pela desembargadora Graça Figueiredo deve examinar, em relação à obra da sede da Justiça em nossa capital se teve licença municipal para a construção, se houve “habite-se”, se a Previdência foi paga e se o imóvel tem “Registro de Imóveis”.
Um simples movimento dessa brasileira que é orgulho de todos nós, a Marina, fez desmoronar todo o projeto urdido nas caladas da noite por “gênios”.
Só se for orgulho teu Serafim, vc nao pode falar por todos os amazonenses, essa aprendiz de senadora deve ser orgulho do PSB.