Do G1, em São Paulo:
O novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Fernando Pimentel tomou posse nesta segunda-feira (3) criticando a carga tributária “elevada” e pedindo da redução dos juros para aumentar a competitividade dos produtos brasileiros.
Em discurso de posse, Pimentel afirmou que o primeiro desafio que o Brasil terá de enfrentar em 2011 será o combate à chamada guerra cambial, que prejudica as exportações brasileiras.
“Há uma evidente guerra cambial mundialmente aberta, com reflexos na nossa balança comercial e efeitos perversos nas nossas indústrias”, afirmou o ministro.
Segundo Pimentel, as taxas de juros do país ainda “não estão em níveis desejáveis” e, para que possa haver redução dos patamares atuais, o governo precisará fazer um esforço de disciplina fiscal. “Além disso, o Brasil precisa elevar o nível dos investimentos públicos na infraestrutura e se preparar para atender às demandas do crescimento”, completou.
O ministro também criticou os altos tributos cobrados no país. “Devemos reconhecer que há uma carga tributária elevada que impacta a competitividade dos nossos produtos”, disse Pimentel.
Ele também disse que vai atuar na “defesa intransigente da indústria nacional” e não evitará, como fez Miguel Jorge, usar mecanismos de defesa comercial para evitar a concorrência desleal de produtos importados com a indústria nacional.
Exportações
Pimentel comemorou o resultado recorde de US$ 201,9 bilhões em exportações em 2010, anunciado mais cedo pelo ex-ministro Miguel Jorge, durante cerimônia de transmissão do cargo. “O recorde é uma ótima notícia, mas precisamos exportar mais bens e serviços de alto valor agregado”, ponderou Pimentel.
Segundo ele, a inovação será um tema transversal que estará presente em todas as ações do ministério. “A competitividade a ser buscada pela indústria é global. Mesmo para se desenvolver no Brasil, é preciso ser competitivo internacionalmente”, disse o novo ministro.
Pimentel se comprometeu a continuar o processo de simplificação das exportações brasileiras, ampliar o acesso a mercados e intensificar as medidas de defesa comercial. Ao elogiar a atuação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o ministro afirmou que “temos o melhor e maior banco de investimentos do mundo” e assegurou que sob o comando de Luciano Coutinho, a instituição continuará alinhada ao esforço de alavancagem da economia brasileira.
Pimentel ainda brincou com o fato de ser mineiro, assim como a presidente Dilma Rousseff e o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade. “Essa é uma rara e feliz coincidência que garantirá diálogo fraterno e próspero entre o governo e o setor produtivo”, concluiu.
Com informações da Agência Estado e do Valor Online