O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, disse na manhã desta sexta-feira que há um mapeamento de todas as ocorrências sobre armamento usado por grupos criminosos no Rio. Segundo o governador, há indícios de que as armas de fogos não vêm só das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), como o Ministério da Justiça, Torquato Jardim, suspeitava, mas também da Venezuela e dos Estados Unidos.
— Temos um mapa de todas as ocorrências no estado do Rio da chegada desse armamento. Pelo número que nós temos, não entra armamento só das Farc e da Venezuela. A gente vê uma presença forte hoje do crime organizado dentro do Paraguai, tomando conta das drogas, do armamento, mas principalmente até a vinda dos Estados Unidos, como a gente viu dentro do aeroporto – disse, se referindo à recente apreensão de 60 fuzis vindos dos Estados Unidos no setor de carga do Galeão.
De acordo com o governador, no entanto, apesar de fortes indícios de armas vindas do Estados Unidos, os indícios mais fortes são de armamento vindo das Farc e da Venezuela.
Nesta quinta-feira, o ministério da Justiça havia dito ao GLOBO que a hipótese, levantada após monitoramento e investigação sobre esse tipo de tráfico, será examinada com prioridade dentro do acordo firmado entre o governo brasileiro e o Escritório de Álcool, Tabaco, Armas de Fogo e Explosivos dos Estados Unidos (ATF). Pelo acordo, o Brasil vai contribuir para rastrear armas roubadas nos Estados Unidos e que acabam chegando ao país. Seria o caso de parte do arsenal em poder das Farc e que teria passado a circular no Rio.
Segundo informações levadas em conta pelo Ministério da Justiça, guerrilheiros teriam entregue armas velhas, enquanto que o arsenal mais novo e letal teria sido colocado no mercado negro. O desarmamento do grupo faz parte do acordo de paz vigente com o governo da Colômbia.
A agência norte-americana faz um rastreamento de armas roubadas naquele país, muitas delas contrabandeadas por rotas do narcotráfico em países como México e Colômbia. O Brasil passa a integrar um banco de dados único sobre o assunto e a compartilhar informações com os Estados Unidos a respeito do tráfico de armas.
COMENTÁRIO MEU: Enfim, o Governo do Rio começou a entender que até hoje combateu os efeitos e não as causas. Ou seja, enxugou gelo, pois combate a distribuição das drogas enfrentando uma rede de tráfico muito mais armada do que sua própria polícia. Não combate as causas na origem.
Não seria melhor evitar a entrada das armas e das drogas no País?
Parece óbvio, mas isso é amplo e depende muito mais do Governo Federal do que do Governo do Rio. Quando será que o Brasil vai enxergar e entender tudo isso?