Uma das finalistas do Prêmio Cláudia, que promove e reconhece as conquistas de mulheres que fazem a diferença no país, é a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCT) Lúcia Yuyama, que irá concorrer na categoria ciências.
A votação acontece pelo site no link http://claudia.abril.com.br/premioclaudia/ e basta selecionar o nome da indicada. O site fala um pouco sobre suas pesquisas com frutos amazônicos, sua composição química e valor nutricional como o tucumã e a pupunha que são ricos em vitamina A. Para a pesquisadora Lúcia Yuyama, o mais importante é que a população da região Norte comece a valorizar os alimentos regionais.
“As pessoas têm que resgatar os costumes típicos para melhorar seu estado nutricional assim consequentemente irão melhorar sua qualidade de vida”, enfatiza a pesquisadora.
A cada ano, desde de 1996, O Prêmio Cláudia — http://claudia.abril.com.br/premioclaudia/index.shtml –, promovido pela Revista CLÁUDIA, apresenta quinze finalistas divididas em cinco categorias: ciências, negócios, trabalhos social, políticas públicas e cultura. As cinco vencedoras levam para casa uma estatueta que simboliza o poder realizador de cada uma. “É uma dádiva ser uma das três finalistas, por todo esse reconhecimento dos frutos amazônicos, já é um prêmio pra mim”, disse Yuyama.
A pesquisadora Lúcia Yuyama concluiu o doutorado em Ciência dos Alimentos pela Universidade de São Paulo e mestrado em Ciências de Alimentos, pela Ufam. Atualmente, trabalha na Coordenação de Pesquisas em Ciências da Saúde (CPCS) e é líder do Grupo Alimentos e Nutrição na Amazônia.
Merenda escolar mais rica
O trabalho da nutricionista paulista Lucia Yuyama, 56 anos, pode ser visto sob dois ângulos. Do ponto de vista científico, ela pesquisa os frutos amazônicos – a composição química, o valor nutricional e a biodisponibilidade, ou seja, quanto o corpo humano assimila esses nutrientes.
O outro lado é transformar a pupunha, o buriti, o tucumã e muitos outros em farinha para suprir a carência de vitaminas e proteínas da população, principalmente de crianças e adolescentes. “As pessoas, por desconhecer o valor nutritivo, acabam não utilizando”, alerta a pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (Inpa).
Ao serem acrescentadas à merenda escolar das escolas públicas, as farinhas da pupunha e do tucumã criadas por Lucia complementam as necessidades diárias de vitamina A (betacaroteno), boa para a pele e visão, prevenção de doenças infecciosas e proteção do aparelho digestivo. As pesquisas mostram ainda que os frutos amazônicos ajudam no controle da anemia e desnutrição.
A obesidade infantil também pode ser combatida com o uso do cubiu, fruto pouco calórico, mas com alto teor de fibras, que reduz o nível de colesterol e glicose no sangue. Outro objetivo da nutricionista é dar suporte científico às receitas populares. “É preciso resgatar a cultura regional. Não adianta descobrir o potencial nutricional dos frutos se não entregamos essa informação à população”, defende. A iniciativa ainda estimula a agricultura familiar e os pequenos produtores, que criam métodos artesanais para processar os alimentos encontrados ao seu redor.
Comentário meu: Vamos votar na Lucia Yuyama
Há vinte anos, a Dra. Lúcia era uma pesquisadora novinha do INPA. A natação do Amazonas foi convidada para fazer um estudo sobre deficit de vitamina A, estudo esse patrocinado pelo Governo. Uma semana após a colheita do material, a Dra. Lúcia chamou os dirigentes e os atletas e mostrou o resultado. Todos estavam ótimos, menos um: o Eduardo Piccinini, às vesperas de viajar para as Olímpíadas de Barcelona. A carência de vitamina A interferiria no bom rendimento do atleta e dosagens por meio de injeções não deveriam acontecer por causa do exame antidopping. A Dra Lúcia colocou à disposição do atleta diversas alternativas de reposição da vitamina A. O Eduardo Piccinini optou pelo vinho de buriti e pupunha.
O Piccinini que estava pouco competitivo no Brasil foi classificado nos 100 metros borboleta para nadar na primeira série e o mundo viu o nosso atleta ser o oitavo do mundo nas Olimpíadas de Barcelona.
O que o mundo não viu foi o produto do trabalho da Dra. Lúcia Yuyama na merenda escolar do Amazonas.