Por Osíris Silva
Realizou-se na última quarta-feira, 19, sessão especial realizada no Federação das Indústrias do Amazonas (FIEAM), para dar posse a novo mandato do presidente do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) e dos membros do Conselho Superior e Fiscal. O presidente reeleito, Wilson Périco, tornou a enfatizar, na ocasião, a urgência de definição de políticas públicas ajustadas ao modelo Zona Franca de Manaus de sorte a preservar sua integridade e, simultaneamente, potencializar a competitividade do Polo Industrial de Manaus (PIM) diante da franca evolução mundial da Revolução Industrial 4.0 . Também defendeu a necessidade de desenvolver novas alternativas, novas matrizes econômicas, focadas nas potencialidades de nosso Estado nos campos da biodiversidade, mineração e turismo ecológico.
A diversificação da economia do Estado é absolutamente necessária, enfatizou Périco, “para tornarmos nossa economia melhor distribuída e deixarmos de ser reféns do governo Federal por conta de PPBs, Processos Produtivos Básicos, de que que dependemos para fabricar novos equipamentos ou diversificar os existentes. Uma obrigação à qual o Estado, juntamente à Suframa, não pode se furtar. Não podemos mais nos permitir mendigar favores de Brasília. Precisamos de projetos que definam os rumos da ZFM tendo em vista o novo horizonte de tempo (2073) de prorrogação de sua vigência. Périco acredita como principal atitude a ser revista em relação “à nossa postura como Estado”. De igual forma, sustenta Périco, a exploração das riquezas naturais deve ser demanda do Estado, não de intermediários, e isso não é pensar em tributar essa exploração mas buscar a atração de investidores para a produção dos produtos oriundos das riquezas de nossa biodiversidade .
Do potássio à produção dos fertilizantes, por exemplo, Wilson Périco considera que no seio dessas transformações encontram-se os pressupostos de uma nova economia “sugerida por quem nos legou a teimosia empreendedora”. É disso que precisamos; não precisamos que ninguém nos venha ensinar como é que faz. Chega de proibições, chega de encarar nossas florestas como os indianos encaram sua vacas sagradas. Sem ferir s lei, precisamos manejar nossas espécies com alto valor agregado. O Amazonas deve buscar, em suma, a implantação de projetos que definam vocações econômicas e assim negociar com autonomia e independência os ajustes que precisam se realizar na política de incentivos face às Reforma Tributária que deverá se seguir à da Previdência em tramitação no Congresso Nacional.
O secretário Jório Veiga, da Seplancti, reafirmou o compromisso do Estado em relação a novo modelo de desenvolvimento em formatação na Secretaria. Este modelo procura corrigir monumentais distorções que tanto enfraquecem o Amazonas, como a concentração de 90 da economia e 80% do PIB em Manaus. O plano encontra-se em elaboração por uma empresa de consultoria internacional com apoio do Banco Mundial. É grande a probabilidade de frustração como verificado em momentos anteriores quando empresas de fora, sem conhecimento de nossas assimetrias culturais, sociais e econômicas assumiram o encargo de planejar nosso futuro.
Lembrei pessoalmente desse risco ao secretário Jório Veiga, por ocasião da solenidade de posse da diretoria do Cieam. O técnico amazonense não é contra a contratação de assessorias para fins específicos. De desenvolvimento regional, porém, entendemos nós, os profissionais aqui radicados. Pessoalmente, não creio necessário trazer consultoria internacional para nos ensinar o que sabemos fazer. O secretário, no entanto, garantiu que os técnicos locais serão convidados a integrar-se ao plano. Cabe ao Conselho Regional de Economia (CORECON), à OAB, ao CREA e demais representações profissionais a responsabilidade de tomar iniciativa nesse sentido. Dispensa-se convite quando ao tratar-se de garantir participação em plano de tamanha envergadura e importância para o futuro do Estado.