Neste mundo de economias globalizadas e notável e permanente avanço nas comunicações, tem razão o jornalista Mário Rosa: nenhuma empresa, mesmo a mais criteriosa, e nenhuma pessoa, pública ou não, ainda que transbordando de seriedade, está livre de sofrer, algum dia, uma crise de imagem.
Exemplifica ele com a coreana cujo cãozinho de estimação fez cocô no metrô de Seul. Pediram-lhe insistentemente que limpasse os dejetos. Ela se recusou.
Imagens e diálogos foram captados pelo circuito interno de tv e, simultaneamente a amplíssima divulgação na Coréia, ganharam mundo. A senhora foi multada, passou vexame perante os vizinhos e até hoje comentamos sobre ela.
Foi o que aconteceu com o prefeito de Amazonino Mendes, em sua conversa mal sucedida com a humilde moradora da comunidade Santa Marta, zona norte de Manaus. O destempero foi para You Tube, Twitter, Facebook, blogs, agências on line e, no dia seguinte, saiu nos jornais locais e nacionais. A onda chegou ao exterior e, simplesmente, colocou o Pará em pé de guerra.
O governador Simão Jatene me telefonou contrariado, temeroso de que seus conterrâneos passassem a destratar amazonenses em viagem de negócios ou turismo ao Pará. Ponderado como é, limitou-se a soltar nota de protesto. O reflexo parlamentar foi maior, no Congresso, na Assembleia e nas Câmaras Municipais.
Em sã consciência, ninguém poderá dizer que Amazonino desejava a morte da brasileira que a pobreza obrigava a improvisar residência em área de risco. Claro que não desejava. Talvez a pressa em resolver a questão o tenha levado a perder a cabeça. Afinal, três mortes no local foram o déficit do temporal do dia anterior. Explica? Não sei. Justifica? De jeito nenhum.
Mas o fato é que o prefeito, mesmo não querendo dizer o que disse, acabou melindrando a naturalidade paraense. Foram dois erros na mesma ocasião e, obviamente, houve prejuízo de imagem para Amazonino. Moral da história: foi-se o tempo em que governante podia virar as costas a jornalista “inconveniente”. Morreu, igualmente, a era em que a autoridade telefonava para amigo dono de jornal, rádio ou tv e este ordenava o bloqueio da matéria que constrangeria o solicitante.
Nem voga mais a época em que as notícias aguardavam dia, noite e madrugada para sair. Agora é on line. Nada ou ninguém controla o fluxo de ideias e opiniões. A Tunísia é exemplo eloquente da revolução que se processou nas comunicações.
Através das mídias sociais, cada cidadão é um mini-Roberto Marinho. A censura é entulho caquético de um passado que legava privilégios para poucos e silêncio para a maioria.
O tempo não para, bem cantava Cazuza, o maior poeta de sua geração.
*o autor é Diplomata
Prezado Senador Arthur, com o advento das Redes Sociais, os poderosos não dormem mais tranquilos em suas truculências, sua má gestão, sua mal-versação de recursos públicos, suas corrupções, seus enriquecimentos ilícitos, sua inoperância, sua incompetência, sua intolerância com os humildes, sua tolerência com os sonegadores, sua conivência com os corruptores, com a conveniência de seus atos culposos e negligentes, e porque não dizer, com sua falta de educação e de respeito na relação com seus vizinhos e concidadãos de outros estados e municípios.
O Amazonino ainda “critica” que faltam políticas públicas e que está preocupada em fazê-las, como se de repente, “descobrisse a pólvora”.
Será que ele sabe o seja Política Pública?
O povo, pelo pelo menos aquela parte mais consciente e atenada com os novos tempos e que tem acesso às Redes Sociais, não vão mais consentir com nos desmandos, mentiras, prevaricações e omissões.
Como é bom ouvir nosso eterno senador, sempre com muita propriedade. O Brasil e principalmente o nosso Amazonas sente sua falta no congresso.
Pois é, maninho!!! Lembra-te quando a linguagem do Arthu foi mal interpretada pelo povo, na qual dizia que: ” iria acabar dando uma surra no Presidente Lula de ripa”…E que na verdade quem acabou sendo surrado foi o Ex-Senador com a derrota nas urnas….É!!! como diz o poeta: PALAVRAS REMOVEM MONTANHAS..
Compartilhar a capacidade multiplicadora da rede. Sem dúvidas. Entender a reação de Amazonino Mendes? Não.
E nada a ver com qualquer tendência politicamente correta ou com o barrismo fácil e resgato em pleno novo milênio.
Existe uma irresponsabilidade objetiva de boa parte dos administradores de Manaus – e do Estado – na gestão urbana da cidade. Ou melhor, na ausência de uma política de planejamento urbano.
Aspectos antigos de décadas, aliás, século, como aquele elementar do saneamento são ainda problemas atuais.
Bairros nascendo em um final de semana é loucura pura.
Historicamente é comprovado que os ciclos econômicos amazônicos não nos melhoraram> nos fizeram dar saltos altíssimos com sucessivas quedas dramáticas.
“Então morra” não é resposta admissível, impaciência, menos ainda.