O deputado Serafim Corrêa (PSB) afirmou que os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário precisam “construir mais pontes e menos muros”. A afirmação foi feita em referência ao movimento grevista de professores da rede estadual de ensino que ocuparam, na manhã desta terça-feira, a galeria da Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), em busca de apoio da Casa Legislativa pelo reajuste salarial de 15%.
“Temos que construir mais pontes e menos muros. Os professores devem ter a oportunidade de conversar com os poderes. Cabe ao presidente da Casa, deputado Josué Neto, ser esse interlocutor, em nome dos outros 23 deputados”, enfatizou Serafim. O líder do PSB na Casa, lembrou da época em que foi prefeito de Manaus e conviveu com movimentos grevistas.
“Durante quatro anos exerci o mandato de prefeito de Manaus e ocorreram movimentos reivindicatórios das mais variadas áreas. Eu entendo que esse é um momento rico no Brasil, um momento em que uma categoria vem e apresenta suas dificuldades. A questão não é jurídica ou econômica, é política. O fato político qual é? A categoria dos professores, exercendo um direito constitucional, insatisfeita com a relação de trabalho. Ela resolve apelar para a greve para abrir um diálogo, ter um entendimento para chegar até um denominador comum. E nessa hora, que a democracia fica mais bonita e cresce”, avaliou Serafim.
Desde o início do primeiro mandato como deputado, na última legislatura, Serafim defende um Pacto de Governança, um diálogo entre os poderes.
“Há cinco anos eu falo isso e há cinco anos que não há esse entendimento. A Assembleia Legislativa é um poder. Os 24 deputados que estão aqui tomaram banho de urna e foram credenciados pelo povo amazonense para estarem aqui. E o poder tem um presidente, um chefe, que é o deputado Josué Neto. A ele, a meu ver, pela condição de chefe de poder, condição essa que nenhum dos outros 23 deputados tem, cabe a liderança do processo. Isso não nos exclui”, disse o deputado.
A greve
Os professores da rede estadual de ensino estão em greve desde o dia 15 de abril. A categoria pede o reajuste de 15%, sendo 3.93% de reposição da inflação, e 9,6% referente a perda do poder de compra relativo ao período de 2015 a 2018, quando os trabalhadores ficaram sem reajuste salaria e ainda 1,4% de ganho real.