O governante, seja em que nível for, recebe os mais variados pedidos. E principalmente de onde não deveria receber determinados pleitos. Daí é que recebe mesmo.
Em dezembro de 2006, já reeleito presidente, Lula veio a Manaus. Recepcionado no Aeroporto de Ponta Pelada pelas autoridades locais, ao pé da escada do avião, quando ainda estava na fase dos cumprimentos oficiais, eis que surge um correligionário, que passa à frente e sem qualquer cerimônia, dispara:
— Lula, demitiram o nosso companheiro fulano de tal. Nós precisamos que ele volte ou que tu arrumes um outro cargo pra ele.
Constrangimento geral, silêncio absoluto.
O Presidente franziu a testa, abriu um sorriso e respondeu:
— Fulaninho, este é o último pedido do primeiro ou é o primeiro pedido do segundo mandato?
E foi embora, deixando o “companheiro” ante os olhares de censura de todos.