Tomo a liberdade de reproduzir textos e fotos do site www.bauvelho.com.br do Carlos Zamith em homenagem ao patriarca do futebol amazonense Flaviano Limongi por ser o melhor e mais amplo material divulgado até agora sobre o saudoso amigo.
O patriarca Flaviano Limongi
Garoto ainda conheci o Flaviano Limongi, nascido em 04 de maio de 1926 já um pouco gordinho e demonstrando poder de liderança. Nós estudávamos as primeiras letras, aí por volta de 1931, na Escola de Dona Joana, na Rua Dez de Julho, (entre Avenida. Epaminondas e Rua Lobo D’almada) onde foi o Salão Borba. Eu fiquei onde estava e ele dali saiu para o Colégio Dom Bosco, bem em frente a sua residência, na Avenida Epaminondas e foi lá que nasceu a sua paixão pelo futebol, embora contrariando o velho Vicente Limongi.
Limongi muito novo apareceu no time do Colégio, o Uberabinha e logo defendeu a meta do Tijuca, um clube que ele ajudou a fundar e formado praticamente por alunos do Dom Bosco, (um bom celeiro de bons jogadores) que passou a disputar o Campeonato da Liga Matinal, com jogos no campo do Luso, na década de 40 e depois a primeira divisão da FADA. Limongi era o titular da camisa um. Passou a jogar com o nome trocado para driblar seu o velho Vicente. Nas escalações aparecia como goleiro Aymoré.
Em 1942, com 16 anos, ele foi chamado pela primeira vez para vestir a camisa da Seleção do Amazonas para o Campeonato Brasileiro, contra o Pará. Só houve um jogo por causa da Guerra. Estava na reserva do veterano Iano, mas em 1946, era o titular absoluto da nossa Seleção, fazendo os dois jogos contra o Pará. Na temporada do Santa Cruz, de Recife, em 1947, o Tijuca abriu a série de jogos. Embora perdendo por 2×1, gols de Eloi e Dengoso para os visitantes e Juvenil, para os locais. Limongi teve destacada atuação. Era um time profissional contra os nossos amadores e o Parque Amazonense lotado. Nesse dia o Tijuca formou com Limongi (que já adotava o seu próprio nome), Darcy e Mário Matos (Major); Ilmar Oliveira, Brás Gioia e Mariozinho; Cabral, Mário Orofino, Cláudio Coelho, Juvenil e Pedrinho.
Muito jovem ainda, Limongi deixou o Futebol como jogador, mas ficou sempre ligado a ele. Praticava também o basquetebol e o voleibol, outras especialidades do Tijuca.
Tornou-se cronista esportivo de A Critica, narrador de futebol da Rádio Difusora do Amazonas, onde também comandou programa de auditório (Na Casa do Zebedeu) na mesma Rádio Difusora e foi com ele, como repórter de campo da Rádio Rio Mar em 1955, lançou pela primeira vez nos nossos campos de futebol, por ocasião de um jogo Nacional x Princesa Isabel, o microfone sem fio, que levava o nome de hand-toc, aparelho montado aqui mesmo pelo saudoso José Lima Mendes, também técnico da emissora. Era deficiente, sem boa audição por excesso de ruídos, mas era uma novidade e chegou até a merecer registro na imprensa.
No jornal A Critica, tinha uma coluna esportiva muito lida, o Passou Raspando, sempre comentando os jogos locais e a atuação dos jogadores. Outra coluna, um pouco mais pesada, pois registrava fatos atrás dos bastidores e suas mutretas, era o Buraco Quente que pelos problemas causados a cada edição, desapareceu logo.
Limongi também foi técnico de futebol. Andou pelo Nacional, mas estava na função apenas para colaborar. Sempre envolvido no esporte, tomando a frente de grandes e arrojadas promoções, principalmente nas temporadas interestaduais, para ajudar este ou aquele clube, foi encarregado pelos clubes para fundar a FAF – Federação Amazonense de Futebol, desvinculado da FADA o futebol. Uma luta árdua que durou meses, mas venceu. A FAF promoveu uma acentuada reviravolta no nosso futebol.
O público voltou aos campos, as arrecadações cresceram, os clubes passaram a importar jogadores. Os estádios Parque e Colina, mesmo com todos os melhoramentos feitos pela entidade eram pequenos para tanta gente. O Vivaldo Lima seria a salvação e lá foi o Limongi contatar, diariamente, com os governantes desta cidade para acelerar a construção do então Tartarugão, recebendo o maior apoio de Danilo Areosa.
Numa arrojada iniciativa, levou o time do Nacional para jogar no Maracanã, contra o Maringá. Finalmente viu seu esforço coroado com a pré inauguração do Vivaldo Lima a 5 de abril de 1970, com a exibição de duas seleções brasileiras, A e B, que mais tarde levantava a Copa do Mundo, no México.
De família italiana, Limongi estava internado no Hospital Beneficente Portuguesa, na Avenida Joaquim Nabuco, no Centro de Manaus. Desde outubro de 2012, seu estado de saúde declinou. Ontem à tarde (13) não resistiu a problemas cardíacos e um edema pulmonar. O corpo do patriarca da FAF, que completaria 87 anos no próximo dia 4 de maio, está sendo velado na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM), na Zona Centro-Sul de Manaus e será enterrado, neste domingo (14), no cemitério São João Batista, na mesma Zona da cidade.
Pelo que fez nesses longos anos em favor do nosso futebol, pela sua dedicação ao esporte, Limongi foi agraciado com o Titulo de Cidadão Benemérito de Manaus, outorgado pela Câmara Municipal de Manaus, de autoria do então Vereador Raimundo Sena. Sempre alegre, divertido, de bem com a vida, procurando ajudar o próximo. O Patriarca Limongi, tornou-se um símbolo do futebol amazonense.
Esta matéria foi publicada a partir dos alfarrábios do Baú Velho, meu pai Carlos Zamith, que encontra-se recuperando sua saúde e por recomendação médica não sabe ainda da morte do amigo e irmão Flaviano Limongi.
Faleceu na tarde deste sábado (13), ás 15 horas, o desportista Flaviano Limongi, uma das figuras mais importantes do esporte amazonense e brasileiro. Com isto, o Amazonas está de luto por essa perda irreparável. Ele estava internado na Unidade de Tratamento Intensivo(UTI) do Hospital Beneficente Portuguesa, no Centro de Manaus. O velório será no salão nobre da Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, a partir das 21 horas, e o sepultamento neste domingo, no cemitério São João Batista.
Flaviano Limongi, que na mocidade foi goleiro (foto abaixo) do Tijuca e chegou a jogar nas Seleções do Amazonas contra o Pará, em 1944 e 1946. Estaria completando 87 anos no próximo 4 de maio.
Muito jovem ainda, Limongi deixou o Futebol como jogador, mas ficou sempre ligado a ele. Praticava também o basquetebol e o voleibol, outras especialidades do Tijuca.
Tornou-se cronista esportivo de A Critica, narrador de futebol da Rádio Difusora do Amazonas, onde também comandou programa de auditório (Na Casa do Zebedeu) na mesma Rádio Difusora e foi com ele, como repórter de campo que a Rádio Rio Mar em 1955, lançou pela primeira vez nos nossos campos de futebol, por ocasião de um jogo Nacional x Princesa Isabel, o microfone sem fio, que levava o nome de hand-toc, aparelho montado aqui mesmo pelo saudoso José Lima Mendes, também técnico da emissora. Era deficiente, sem boa audição por excesso de ruídos, todavia uma novidade e chegou até a merecer registro na imprensa.
Sempre envolvido no esporte, tomando a frente de grandes e arrojadas promoções, principalmente nas temporadas interestaduais para ajudar este ou aquele clube, foi encarregado pelos clubes para fundar a Federação Amazonense de Futebol, desvinculado da FADA o futebol. Uma luta árdua que durou meses, mas venceu. A FAF promoveu uma acentuada reviravolta no futebol.
O público voltou aos campos, às arrecadações cresceram, os clubes passaram a importar jogadores. Os estádios Parque e Colina, mesmo com todos os melhoramentos feitos pela entidade eram pequenos para tanta gente. O “Vivaldo Lima” seria a salvação e lá foi o Limongi conversar diariamente, com os governantes desta cidade para acelerar a construção do então Tartarugão, recebendo o maior apoio do governador Danilo Areosa. Na foto om o govenador Danilo Areosa.
Limongi, aposentado como juiz, diplomou-se em Direito pela nossa Faculdade, em 1950 e teve como companheiros, dentre outros, Aristófanes Castro, Hiram Caminha, Inez Vasconcelos Dias, Jerônimo Raposo da Câmara, Neyde Vasconcelos e Carlos Bandeira de Araújo.
Zamith e Limongi: a ponte construída pelo amor ao futebol
Publicado por Carlyle Oliveira em Cotidiano
Paixão pelo futebol é a ponte que uniu os jornalistas Carlos Zamith e Flaviano Limongi, hoje aposentados e ambos com 87 anos. São mais de 60 anos de uma amizade sólida que durante mais de três décadas se traduziu por encontros semanais, aos domingos, no Estádio Vivaldo Lima, o extinto Vivaldão.
Depois do fechamento do estádio Zamith e Limongi se encontram todas as tardes das segundas, quartas e sextas-feiras, em uma pracinha improvisada em frente à casa do primeiro, no conjunto Aristocrático. A praça tem até uma identificação bem humorada onde está inscrito a denominação de “Praça do Lili”. No momento os encontros estão suspensos por causa de um acidente doméstico de Limongi que o tem obrigado a ficar em casa. Até que ele se restabeleça completamente o contato está sendo feito por telefone, ou por eventuais visitas de Zamith.
Os dois se conheceram ainda adolescentes. Limongi era goleiro do Clube Tijuca e Zamith um apaixonado pelo futebol que costumava frequentar o estádio em frente ao Colégio Dom Bosco. A amizade nasceu aí, quando ambos tinham 16 anos. Mais tarde, quando os dois davam os primeiros passos no jornalismo, a amizade foi fortalecida porque Limongi cobria esporte pela A Crítica e Zamith fazia uma resenha esportiva na rádio Rio Mar e acabou sendo convidado para trabalhar no jornal, escrevendo uma coluna sobre futebol.
Desde então os dois estiveram sempre juntos e em 1970 quando o Vivaldão foi inaugurado com um jogo da Seleção Brasileira Limongi era o presidente da Federação Amazonense de Futebol (FAF) e Zamith o tesoureiro. Desde então o estádio se tornou um ponto permanente dos dois aos longo das décadas seguintes.
Há aproximadamente cinco anos, com os dois gozando da aposentadoria merecida depois de muitos anos de trabalho, eles estabeleceram uma nova rotina em suas vidas, incluindo entre seus compromissos sociais os três encontros semanais na pracinha organizada por eles. Nestes encontros se fala de tudo, “até mal da vida dos outros”, segundo Zamith, mas especialmente de futebol. Eles debatem as últimas informações relacionadas ao tema e o mau momento do futebol amazonense, lembrando os períodos mais felizes, quando os jogos locais atraiam muita gente que lotava os estádios.
O patriarca Flaviano Limongi. Fundador da Federação Amazonense de Futebol(FAF) continua internado em estado grave, na Unidade de Tratamento Intensivo(UTI), do Hospital Beneficente Portuguesa, na avenida Joaquim Nabuco, centro de Manaus. Nesta madrugada o Dr. Limongi sofreu uma parada cardiaca, mas foi reanimado pela ação dos médicos. As visitas ao patriarca se encontram suspensas. Limongi foi para o hospital desde o mês de outubro do ano passado quando teve seu estado clinico abalado.