O interior que eu vi! – II

marceloramosVisitei os municípios das calhas do Purus e do Madeira. Faço um pequeno relato do que vi.

Tapauá. Na chegada, a bela imagem do encontro das águas do Rio Purus (de água barrenta), com o Rio Ipixuna (águas negras). O Município tem um Orçamento de 1,5 milhão e uma folha de pessoal de 1,3 milhão. A cidade tem um hospital em construção há 12 anos! Lá conheci o vereador Paulinho, jovem destaque da política local e líder político de grande futuro.

Canutama. A cidade foi uma das que mais sofreu com a enchente do ano passado. O Município sofre com a lentidão da obra de pavimentação das ruas de responsabilidade do Governo do Estado. A Escola Estadual Frei Isidoro Irigoi está em construção há 4 anos.

Lábrea. A cidade vive um grande dilema ambiental, já o que o Instituto Chico Mendes ao tempo que fechou pequenas madeireiras e serrarias da cidade, é omisso em relação aos grandes desmatadores do sul do Município. É preciso atenção para a área que vive em preocupante tensão.

Pauiní. A cidade está completamente esburacada, esperando por um asfalto prometido na última campanha, mas que nunca chegou. Lá estão estocados 600 motores rabetas que, dizem, não foram entregues porque estavam aguardando a visita do governador.

Humaitá. Humaitá, apesar dos buracos que também tomam as ruas, é uma cidade mais estruturada, já que se tornou passagem do Amazonas para o restante do país, por conta da sua ligação viária com Porto Velho. Chegamos dias após a inauguração de um pedaço, já existente há anos, da BR-319, sendo que a parte da estrada que liga a saída da cidade ao aeroporto, continua em obras.

Santo Sebastião do Matupi (180). É uma comunidade, fruto de um assentamento do INCRA, que pertence ao Município de Manicoré. A comunidade tem 15 mil moradores e 75 mil cabeças de gado. O símbolo do abandono da localidade é a escola que divide o prédio com o hospital da cidade, com as crianças assistindo aulas e ouvindo gritos de pacientes e, as vezes, até cruzando com um cadáver no corredor.

Apuí. Apuí é uma cidade bem cuidada, apesar da falta de investimentos do governo. O ex-governador lá esteve prometeu mundos e fundos, mas nada fez. Visitamos ainda a comunidade de Sucunduri, distante 100 km da sede do Município.

Manicoré. Manicoré é vítima das tensões pós-eleição, cassação do Prefeito eleito (Emerson) e atentando contra o Prefeito empossado (Nena). O vice-prefeito Lúcio assumiu a Prefeitura num clima de muita instabilidade. A cidade sofre com o conflito político.

Novo Aripuanã. O contraste da beleza natural do encontro das águas dos rios Aripuanã (águas negras) e Madeira (águas barrentas) em frente à cidade, com a miséria do povo e o absoluto abandono da infraestrutura da cidade, choca desde a chegada. Dos municípios do interior do Amazonas que conheço, sem dúvida, Novo Aripuanã é o que se encontra em situação mais precária. Placas de obras do Governo do Estado contrastam com todas as ruas totalmente esburacadas. A estrada que liga Novo Aripuanã a Apuí está intransitável. Parece absurdo, em uma cidade onde falta tudo, a única rádio foi multada pelo CREA por falta do projeto de reforma da sua sede. Quanta estupidez.

Borba. Borba tem um hospital em construção, apesar dos quase 5 milhões do valor da obra e do prazo de 120 dias estampadas em uma imensa placa na frente da construção, a obra já dura mais de 4 anos.

Conhecer a realidade é o primeiro passo para propor soluções que possa alterá-la. Que nós, homens públicos, sejamos capazes de construir um futuro de redenção para o povo do interior do Estado.

Marcelo Ramos é advogado e vereador pelo PSB. www.vereadormarceloramos.com.br

6 thoughts on “O interior que eu vi! – II

  1. A situação de precariedade do interior é composta por algumas causas. Vejamos.

    1) O governador cuidou mais da capital, visto que o atual prefeito é um zero a esquerda e só sabe perseguir quem trabalha.
    2) Muitos prefeitos do interior só sabem roubar.Essa é que a verdade. Muitos são ladrões e em parceria com o governo estadual, não fazem a sua parte que é executar. Daí o grande número de processos abertos pelo TCE e TCU.
    3)Chuvas em grande quantidade, o que prejudica o andamento das obras.
    4)A incompetência de funcionários da secretaria de obras.
    5) Dinheiro que fica empacado de um ano para o outro num esforço fiscal improdutivo.

    Sarafa..Você terá sempre minha admiração por mostrar uma realidade que não nos chega diariamente.

  2. Dr. Serafim,

    Quando o senhor ou o buchada forem governo,aceita essa sugestão já que não se dá idéias a deuses:
    1-Faça um empréstimo ao Baco Mundial que diz tomar conta do planeta com o Al Gore de 8 bilhões de dólares.

    2-Com essa pequena quantia a ser paga pelos espertos amazonenses,ATERRE O Rio Tarumã.

    3-Faça o PROSAMIM-SANTARÉM e coloque o Deputado Sinézio para distribuir as chaves

    4-Acabe com todas essas cidades que o senhor visitou e com os prefeitos mais honestos do mundo

    5- Transfira todas elas, de BOING, para o novo PROSAMIM e o Amazonas ainda sairá ganhando.

    6-A Ponte do Nunca também ajudará muito nas novas mudanças.

  3. isto nobre vereador marcelo ramos , tem que ser escrito fotografado e mostrado a populaçao desta cidade em jornais nao comprometidos com o governo que ficou aí , pois o mesmo é dolado do que renunciou .
    nao deixe de mostrar a populaçao para saber que obras só na capital e mesmo com dinheiro federal e de bancos estrangeiros
    abraçao

  4. É verdade nobre deputado, conhecer a realidade de nosso interior realmente é muito importante, PRINCIPALMENTE em períodos NÃO ELEITORAIS.

  5. voto em vc sarafa póis ainda acredito em seu trabalho espero ki vc se torne governador, e ki vc trabalhe ñ só pela capital mas pelo interior ki precisa muito de vc e do senador arthur .

    trabalharei voluntariamente p/elege vcs

    um abraço do amigo NETORAPOSÃOO.

  6. Você viu o que os outros na capital não viram, por tanto, fé em Deus e pé na tábua. Estamos aí pro que der e vir. Se veres o Sarafa, de-lhe os votos de parábens por mim.

    obrigado

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